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2007-01-16
A administração Bush está ansiosa para começar a trabalhar em uma nova ogiva nuclear com todos os tipos de qualidades admiráveis: robusta, segura e confiável contra terroristas. Para adoçar o negócio, oficiais afirmam que se puderem substituir o arsenal atual com Ogivas Confiáveis de Substituição (o que poderia soar mais reconfortante?), provavelmente não precisarão manter tantas ogivas extras para garantir contra falhas técnicas. Se você ainda não está convencido, as ogivas vêm com garantia - a de que cientistas podem construir as novas bombas sem ter ao menos que testá-las.

Deixe o comprador tomar cuidado. Enquanto o programa recebeu muito pouca atenção aqui, se tornou um desastre de relações públicas no exterior. Suspeitas de que os Estados Unidos estejam realmente tentando aumentar suas capacidades nucleares enfraquecem os argumentos de Washington para conter os apetites nucleares do Irã e Coréia do Norte.

Também existem as dezenas de bilhões que provavelmente irão custar. E a questão mais importante: após quase duas décadas do país ter parado de construir armas nucleares, realmente necessita de uma nova? A resposta é um enfático não. Este é um programa fabricado patrocinado pelos laboratórios armamentícios e muito atrasado pelo Pentágono, que não conseguiu ainda fazer com que o Congresso pague por suas outras fantasias nucleares.

A primeira escolha do time de Rumsfeld era um "destruidor de bunkers" nuclear para atingir alvos embaixo da terra. O Pentágono ficou preocupado com ogivas "antigas" somente após ficar claro que até o Congresso liderado pelos republicanos, ou pelo menos um intrépido presidente do subcomitê, considerar o destruidor de bunkers muito digno do Dr. Strangelove para ser financiado.

Um argumento crucial para o novo programa recebeu um grande golpe em novembro, quando o Jason - um prestigiado painel de cientistas que aconselham o governo sobre armas - reportou que a maioria dos engatilhadores de plutônio no arsenal atual pode durar 100 anos. Já que as armas mais antigas têm menos de 50 anos, patrocinadores da nova ogiva usaram o argumento de que outros componentes das bombas também estão envelhecendo, e que os laboratórios nucleares precisam do trabalho para atrair e treinar melhores cientistas. Porém, os laboratórios já gastam bilhões de dólares estudando e preservando o arsenal atual.

Além disso, há a garantia de que não haverá necessidade para testes - um dos poucos tabus de controle armamentício que o presidente Bush ainda não quebrou. Enquanto especialistas debatem sobre a possibilidade dos laboratórios construírem uma arma sem testá-la, a questão mais importante é saber se qualquer presidente colocaria em risco a segurança da América por um arsenal não testado.

A América estaria muito mais segura se o presidente tivesse como objetivo a redução do número de armas nucleares antigas ainda sendo desenvolvidas pelos EUA e outras potências. O novo Congresso deveria impedir este programa antes que mais dólares sejam desperdiçados e mais danos sejam causados à credibilidade do país.
( The New York Times , 15/01/2007)

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