O 1º Fórum do Mercosul sobre Transgênicos, que aconteceu ontem na Assembléia Legislativa, em Porto Alegre, reuniu especialistas em biotecnologia do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O secretário da Agricultura do RS, José Hermeto Hoffmann, representou o Estado, que é contra os organismos geneticamente modificados (OGMs), e defendeu a criação de uma área livre de transgênicos no RS. Ele salienta que há muitas dúvidas em relação aos riscos que estes produtos representam para a saúde do ser humano e ao meio ambiente. Em contrapartida, o painelista Benami Bacaltchuk, chefe da Embrapa de Passo Fundo, defendeu o uso sustentável da base de recursos naturais como grande oportunidade do Mercosul trabalhar a agricultura em larga escala a partir do uso da biotecnologia. Para ele, a transgenia baixa os custos e torna nossa agricultura mais competitiva internacionalmente. Benami afirmou, ainda, que os compradores internacionais vão continuar optando pelo produto mais barato. O procurador Aurélio Rios, do Ministério Público Federal, advertiu que o país poderá estar diante de uma moratória judicial se o Governo Federal insistir em liberar produtos transgênicos sem licenciamento ambiental, e que essa é uma tendência que pode perdurar indefinidamente. A decisão da Justiça no caso da soja transgênica já dura três anos, e Rios acredita em sua manutenção em todos os níveis. Segundo Rios, há consenso dos juízes quanto a necessidade do licenciamento ambiental. A Assembléia publicará os dados apurados ontem, que também irão subsidiar o relatório elaborado pela Subcomissão de Transgênicos. (CP/14, GM/RS/3, ZH/24, O Sul/11, JC/10)