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2007-01-16
É melhor tampar o nariz ao visitar a empresa Bar G Feedyard, situada nos arredores de Hereford, em Texas Panhandle - como é chamado o braço do Estado americano que se estende para o norte -, considerada a "Capital Mundial da Carne Bovina". Há cerca de 125 mil cabeças de gado na fazenda, pontos negros amontoados em currais até onde a vista alcança. Esses animais produzem cerca de 300 milhões de quilos por ano de esterco, que é empilhado e transportado para ser usado como fertilizante.

Em breve, o excremento terá um novo destino. A cerca de 15 quilômetros dali, a Panda Ethanol, de Dallas, constrói uma das maiores usinas de etanol dos Estados Unidos, capaz de produzir 380 milhões litros por ano. O esterco da Bar G será enviado em caminhões, às custas da Panda. Na usina, com a ajuda do calor e de areia, o esterco será gaseificado, e o gás natural sintético será queimado, criando vapor para aquecer o milho - 1 milhão de toneladas por ano - e transformá-lo em etanol. A usina é rodeada por uma linha ferroviária dupla, que trará o milho do Meio-Oeste e levará o combustível.

Com a mania por etanol em ascendência nos EUA, vaticinam-se bons tempos para as cidades do cinturão do milho, na região central do país. Hereford, na verdade, receberá duas usinas de etanol. A White Energy, rival da Panda em Dallas, construirá sua própria refinaria, de 380 milhões de litros, nas proximidades. Será alimentada com gás natural convencional - não esterco - e também começará a funcionar ainda em 2007. Em poucos anos, deverá haver pelo menos meia dúzia de usinas de etanol no Texas. Hoje, não há nenhuma.

Segundo a Associação de Combustíveis Renováveis dos EUA, o país conta com 110 refinarias de etanol e há outras 73 em construção. Quando terminadas, a capacidade de produção mais do que dobrará, para 43,15 bilhões de litros por ano. Subsídios federais encorajam o entusiasmo, apesar do temor de que alimentar carros com misturas de etanol tem desvantagens. Alguns dizem que a produção exige grande quantidade de energia para plantar e cultivar o milho, e que o etanol, embora mais limpo que o petróleo, rende menos por litro. Os críticos também lembram que a produção de etanol é uma gota no oceano, já que os EUA consomem cerca de 1,5 bilhão de litros de petróleo por dia.

Para os agricultores americanos, o etanol até agora parece ser uma benção, e os políticos da região do Meio-Oeste se apressam para respaldar essa idéia. Mas muitos estão preocupados com a alta demanda pelo milho, que eleva o preço da ração para o gado (muitas vezes produzida a base de milho). "Os produtores de bovinos, suínos e aves estão sofrendo com a alta dos grãos", diz Johnny Trotter, presidente do Bar G - que está feliz porque não precisará mais gastar US$ 350 mil por ano para se desfazer do esterco de sua fazenda.

Uma saída parcial à mão são os chamados grãos secos de destilarias, ricos em proteínas. Trata-se de um subproduto do etanol fabricado a partir do milho, que pode ser usado na alimentação de bovinos, embora não na de suínos e aves. Na teoria, isso significa que operadores como Trotter não deverão sofrer tanto com um aumento nos preços. Na prática, porém, a mudança seria uma grande adequação para os pecuaristas. Trotter, como muitos outros, anseia por avanços tecnológicos que levem à produção de etanol a partir da celulose.
(The Economist, 15/01/2007)
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