A forte chuva que caiu na cabeceira do Rio dos Sinos entre quinta e sexta-feira (11 e 12/01) dobrou a sua vazão neste início de semana. A queda d'água foi expressiva nos municípios de Taquara, Rolante e Santo Antônio da Patrulha, de acordo com levantamento feito pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam). Na sexta-feira, um total de 20 metros cúbicos por segundo de água foi medido pelos técnicos da Fepam em São Leopoldo e Novo Hamburgo. Neste domingo, os medidores registravam entre 45 e 50 metros cúbicos por segundo. 'Por enquanto, isso afasta a possibilidade de acontecer uma nova mortandade de peixes no Sinos', disse o diretor técnico da fundação, Jackson Müller.

O aumento do fluxo d'água melhora o nível de oxigênio no rio e garante a piracema (período em que os peixes nadam contra a correnteza em direção às nascentes para a reprodução), que termina em março. Porém, a chuva do final da semana passada não elevou o nível do rio próximo ao de sua média histórica, em torno de 100 metros cúbicos por segundo para o período. 'Entramos no verão com déficit hídrico', alertou o diretor da Fepam. Nesta época do ano, o consumo de água aumenta pelo calor e coincide com o uso para irrigar a lavoura de arroz.

O rio Gravataí também se recuperou em razão da chuva. O nível do manancial no balneário Passo das Canoas estava melhor ontem do que no início da semana passada, quando o Comitê do Rio Gravataí determinou um sistema de rodízio para garantir a vazão. A medida preventiva determina que seja suspensa a captação de água por arrozeiros e irrigadores da região de segunda-feira a terça-feira, sempre que a régua instalada no posto de captação da Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan) atinja 50 centímetros em relação ao nível do mar.
(Correio do Povo, 15/01/2007)
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