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2007-01-15
A coleta seletiva do lixo faz parte da realidade de diversas cidades brasileiras. Entretanto, em Passo Fundo, ela caminha a passos lentos. Desde 2005, essa forma de coleta está sendo implantada na cidade, porém falta de comunicação e a pouca adesão da população têm feito com que o êxito fique cada vez mais distante.

Essa modalidade de coleta é utilizada com a melhor forma de separar o lixo orgânico do seco. Isso se torna importante pois o lixo seco, em sua grande maioria, pode ser reciclado e vir a se tornar novos produtos. O lixo, quando misturado nos sacos plásticos, é dificilmente separado na esteira da usina. Diante das toneladas de lixo que lá chegam diariamente, apenas os objetos maiores são percebidos. Aqueles que passam são jogados nas valas sépticas junto com o lixo orgânico.

O material orgânico se decompõe rapidamente, transformando-se em adubo. O lixo seco, demora anos para atingir sua decomposição total e a poluição é inevitável. Como exemplo, podemos citar o alumínio que leva de 200 a 500 anos para se decompor e o plástico que demora cerca de 500 anos.

Iniciada em outubro de 2005, a coleta seletiva de Passo Fundo ainda não atingiu a cidade em sua totalidade. Parte de Passo Fundo já recebe o caminhão da coleta, entretanto, a maioria das pessoas ainda não realiza de maneira adequada a separação. Esse é um dos principais problemas que atrasa a implementação desse modelo de coleta.

Segundo o diretor de Educação Ambiental da Smam (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Paulo Pinheiro, o prazo para a implementação total do serviço é dezembro deste ano. "Temos essa intenção, mas é um longo caminho já que são mais de 120 bairros na cidade e ainda dependemos muito da conscientização das pessoas", destaca. Ele afirma que a intenção é de concluir a implantação da coleta seletiva até o final do ano deverá ser adiada. A idéia é que 60% dos bairros da cidade sejam atingidos pelo serviço até o final de 2007.

Mistura de materiais
Segundo o encarregado da coleta da empresa Nova Era, Roberto Carlos Dias da Silva, o principal problema enfrentado pela coleta, ainda é a mistura de materiais. Em um galpão é realizada a separação de metal, vidro, plástico e papel, para que, após classificados, possam ser vendidos.

Porém o trabalho é mais difícil do que parece, já que a população tende a misturar um pouco de material orgânico ao lixo seco. "Esse é o nosso principal problema, porque acabamos atrasando o serviço", ressalta Silva.

Nos três dias em que o caminhão roda a cidade - cada dia em regiões diferentes - são recolhidos de 800 kg a 1,2 tonelada de lixo. Entretanto, o valor ainda não é o ideal. A meta é que mais de 2 toneladas de lixo seco sejam recolhidas diariamente na cidade.

Comece a separar agora
A não-implantação da coleta seletiva em seu bairro não significa que os moradores não podem, ou não devem, separar o lixo. Na verdade, separando o lixo seco do orgânico, facilitará a separação na esteira da usina de lixo, contribuindo para aumentar a porcentagem de lixo que consegue ser efetivamente separada. Com essa atitude, a população está ajudando a diminuir a quantidade de material inorgânico nas células de decomposição, localizadas na área da usina de lixo de Passo Fundo, agora, sob responsabilidade da empresa Nova Era.

O lixo que é separado na esteira é vendido para uma empresa local que o revende para indústrias que fazem a reciclagem dos materiais. Pinheiro ressalta ainda que a separação aumenta a vida útil do aterro sanitário, que hoje é de um ano e meio.

Vamos separar?
Para iniciar a separação do lixo é necessário duas lixeiras. Numa, deve-se colocar apenas o material orgânico - restos de alimentos e plantas - e em outra o lixo seco - plástico, vidro, metal e papel. O importante é não misturar.

Fique de olho
Saiba quais bairros já recebem a coleta seletiva: Vila Exposição, Irmãos Rebechi, Loteamento Ipanema, Vila Esplanada, Loteamento Escola Rural, imobiliária Charrua, Planaltina, Nossa Senhora da Saudade, Dom Felipe, São Cristóvão, Mauá, Sagrada Família, Santo Antônio, Copacabana, São João da Escócia, César Santos, Via Sul, Maggi, Vila Mattos, Morada Além do Horizonte, Lucas Araújo, Dom Rodolfo, Vergueiro, Centro, Wolmar Salton, Moreno dos Santos, Vila Lagoa do Potreiro, Nonoai, Polidoro Albuquerque, Pedro Ceratti, Dr. Galves, Ítalo Benvegnu, Vila Fátima, Armando Annes, São João, Ambrozina, Edu Reis e L. Cassarros, Vila Schell, Morada da Colina e Santa Maria.


Os caminhos do lixo
Em Passo Fundo, se produz cerca de 100 toneladas de lixo por dia. A maioria desse material é levado até a usina de reciclagem, onde é separado e parte jogada em um aterro. O que não vai para a usina acaba em sangas, rios e mananciais e outra parte na mão dos catadores.

Na mão dos catadores, o lixo seco é encaminhado a empresas que vendem o material para indústrias de reciclagem. O lixo inorgânico também se torna fonte de renda na cidade. No Comitê da Cidadania, o lixo se transforma em artesanato, cobertores e até parede de casa.
(O Nacional, 13/01/2007)
http://www.onacional.com.br/

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