A lista de micróbios que poderiam funcionar como armas biológicas é extensa. A Organização Mundial da Saúde trabalha com uma relação de 44 agentes infecciosos potencialmente utilizáveis em operações militares ou ataques terroristas. São 15 bactérias, dois fungos, 24 vírus e três protozoários. De todos eles, o Bacillus anthracis é o mais conveniente para esse fim, o antraz, que infecta animais em áreas rurais e sobrevive no solo na forma de esporos, pode ser manipulado em laboratório sem grandes recursos técnicos. Qualquer profissional com conhecimentos de microbiologia conseguiria preparar o fermento para a multiplicação da bactéria. O lançamento de 50 quilos de antraz sobre uma cidade de 5 milhões de habitantes mataria 100 mil pessoas. Mas ataques de grandes proporções são inviáveis, pois ainda não se encontrou uma forma de espalhar o germe em áreas extensas. Soltos no ar, os bacilos aglomeram-se e perdem a capacidade de infecção por via respiratória, a forma mais grave da doença. (Época/52, 22/10)