Um grupo internacional de pesquisadores identificou um grupo de algas até então desconhecido. Os microrganismos, descritos na edição atual da revista Science, têm poucos milésimos de milímetros de tamanho.
As algas recém-descobertas no oceano Ártico foram batizadas como picobilifitos. O nome é composto de “pico”, que remete ao tamanho extremamente pequeno, “bili”, referente à presença de biliproteínas em sua estrutura – substâncias fluorescentes que transformam a luz em biomassa – e “fitos”, que as caracterizam como plantas.
Aproximadamente 50% da fotossíntese no planeta ocorre nos oceanos, na maior parte por algas microscópicas conhecidas como fitoplânctons. No estudo, os pesquisadores utilizaram técnicas moleculares para investigar os menores membros desse grupo, os picoplânctons. A maior parte dessas algas é tão pequena que não pode ser estudada com microscópios.
A descoberta foi feita a partir da análise cuidadosa de seqüências de DNA que pertenciam a vastas comunidades de microrganismos presentes no oceano. De acordo com a bióloga Connie Lovejoy, da Universidade de Laval, no Canadá, um grupo de seqüências não se encaixava em nenhum dos grupos conhecidos. “A divergência biológica entre esse novo grupo e os organismos conhecidos é tão grande quanto a existente entre plantas e animais”, disse.
Em 2006, a equipe analisou o banco de dados, verificou os resultados e aplicou novas técnicas às amostras. Também confirmou que as novas formas de vida estão espalhadas pelos mares setentrionais de forma abundante.
Além da universidade canadense, participaram do estudo pesquisadores da Universidade Pierre e Marie Curie (França), do Instituto Alfred Wegener de Pesquisa Polar e Marinha (Alemanha) e do Instituto de Ciências do Mar (Espanha).
O artigo "Picobiliphytes: A marine picoplanktonic algal group with unknown affinities to other eukaryotes", de Fabrice Not e outros, pode ser lido por assinantes na revista
Science.
(
Agência Fapesp, 15/01/2007)