Os veranistas não são culpados por problemas ambientais que possam estar ocorrendo no balneário do Porto Ferreira. A garantia é da associação de moradores, que está descontente com afirmações feitas pela Patrulha Ambiental (Patram) e pelo Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap).
Em reportagem publicada no último sábado na Gazeta do Sul, a Patram e o Defap advertiram que é proibido o corte de vegetação na área dos balneários, bem como a colocação de areia nas margens, o que sempre é solicitado pelos veranistas, especialmente no Porto Ferreira. Há poucos dias, a Prefeitura precisou se comprometer a plantar 15 árvores para cada três hectares de área roçada nas suas praias.
A Associação dos Moradores do Balneário Ferreira, que se localiza às margens do Rio Jacuí, não gostou das colocações que os dois órgãos repassaram ao município. Segundo o vice-presidente Roberto Schmidt, os proprietários de casas não prejudicam a natureza. “Bem pelo contrário. A nossa entidade, e muitos moradores, trabalham no plantio de nativas e na preservação da mata ciliar.”
Areia
Disse que a associação, recentemente, solicitou à administração a colocação de areia para melhorar a praia e criar mais espaço para os banhos de sol. Mas não foi atendida. “Esse procedimento, a Patram diz que é crime ambiental. No entanto, pouco é feito para coibir a extração de areia por parte das mineradoras.”
Conforme ele, mesmo que seja proibido, os barcos retiram o material das margens, provocando erosão. Quando o rio está cheio, frisou que navegam ao lado do barranco. “A movimentação da água provoca ondas e queda da terra e da vegetação. Isso sim é crime. Mas aí ninguém fala nada.”
Retrocesso
Sobre o corte de vegetação, Roberto Schmidt disse que, há pouco tempo, a Prefeitura retirou alguns galhos que estavam prejudicando a iluminação pública.
Salientou que as ruas estavam escuras e que a associação adquiriu cerca de 40 lâmpadas e reatores e os cedeu ao município. Quando da colocação, foi constatado que metade das luzes estavam queimadas por causa dos galhos que batiam nas calhas e fios. “Quando necessário, alguns foram cortados. Mas isso não foi desmatamento.”
Conforme ele, a Patram não admite sequer roçadas e podas. “Mas há casos em que isso é inevitável. Ninguém vai ficar morando no meio das macegas ou no escuro. Isso seria um retrocesso.”
Contenção
Roberto Schmidt comentou que os moradores colocaram barreiras de contenção para evitar que o barranco continuasse caindo para dentro do rio. Hoje a vegetação e a mata estão voltando nesses locais, recuperando o ambiente.
Se isso não fosse feito, disse que o lado usado pelas veranistas já estaria destruído. “Basta olhar para a outra margem do rio, onde as árvores estão secas, caídas ou com as raízes expostas. Se a Patram e o Defat cuidassem daquele área, a realidade lá seria outra.”
(
Gazeta do Sul, 13 e 14/01/2007)