Embora até agora nos Estados Unidos existam apenas três casos graves de contaminação por antraz, a ameaça de uma guerra bacteriológica foi suficiente para que a comunidade científica se agitasse. No domingo (21/10), a Organização Mundial de Saúde (OMS) reuniu uma equipe de especialistas para discutir se deve ou não alterar sua recomendação atual e sugerir a volta da imunização contra a varíola - capaz de causar enorme devastação na população de todo o planeta. - É importante que a comunidade científica avalie abertamente as possibilidades que existem diante da ameaça do bioterrorismo, pois existe o potencial de que a revolução na biologia seja utilizada para esses fins, disse em entrevista a bióloga Claire M. Fraser, diretora do The Institute of Genome Research (Tigr). Claire, que trabalhou no seqüenciamento de meia dúzia de bactérias (entre elas Streptococcus pneumoniae, Vibrio cholerae e Chlamydia tracomatis), e Malcolm R. Dando, do Departamento de Estudos da Paz, da Universidade de Bradford, na Grã-Bretanha, publicam esta semana um artigo convocando os pesquisadores da área a acessar abertamente esses riscos. (A Crítica-22/10)