Usina revela acervo arqueológico
2007-01-15
Artefatos de pedra e cerâmica indígena com idades estimadas entre 200 e 500 anos estão sendo descobertos e preservados por uma equipe de arqueólogos e profissionais ligados ao Programa de Salvamento do Patrimônio Arqueológico da área que abrigará o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó. O empreendimento será instalado no rio Uruguai entre Águas de Chapecó (SC) e Alpestre (RS). O Projeto Básico Ambiental da usina prevê a implantação de 32 programas ambientais e sociais durante todo o período de instalação da hidrelétrica.
O arqueólogo Rodrigo Lavina, que coordena o projeto iniciado em outubro do ano passado, diz que o trabalho é totalmente manual. A equipe utiliza pás, enxadas, colher de pedreiro e pincéis. Ele detalha que estão sendo encontrados e resgatados pedaços de pedras e cerâmica. "Se não fosse a implantação da usina, acredito que jamais teríamos a chance de recolher os materiais que estamos recolhendo", afirma Lavina.
Ao todo, 11 sítios arqueológicos estão sendo estudados - nove deles na margem catarinense e dois na margem gaúcha do rio Uruguai. Todo o material retirado tanto da área de abrangência do canteiro de obras como da área que será alagada pelo reservatório será catalogado e armazenado. Essas peças farão parte de um acervo público para expor a história da região que teve não somente a paisagem modificada, mas a oportunidade de resgatar sua história.
Além do salvamento arqueológico, os municípios afetados pela construção da usina serão beneficiados com a implantação dos outros programas previstos no PBA, entre eles os de Saúde, de Recomposição da Infra-Estrutura Afetada, de Apoio aos Municípios, de Apoio às Atividades Agropecuárias, de Monitoramento da Produtividade Pesqueira e da Qualidade do Pescado. A hidrelétrica Foz do Chapecó afetará 13 municípios nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. As obras de infra-estrutura do canteiro de obras terão início ainda neste mês e devem durar cerca de três anos e meio. O investimento estimado é de R$ 2 bilhões.
(Correio do Povo, 14/01/2007)
www.correiodopovo.com.br