Moradores de Muriaé (a 387 quilômetros de Belo Horizonte), uma das três cidades mineiras atingidas pela lama da barragem da Mineração Rio Pomba Cataguases, iniciaram protestos contra a demora no processo de limpeza da cidade.
Na noite de sexta-feira (12/01), cerca de 200 moradores de dois bairros da periferia do município se manifestaram para pedir maior agilidade do governo na limpeza e recuperação do município. Queimaram colchões, camas, pneus e pedaços de madeira.
Após o protesto, a prefeitura informou que o serviço será feito com maior rapidez.
Na manhã de sábado (13/01), moradores do centro de Muriaé se organizaram para pedir que o serviço de limpeza retire grande quantidade de lixo que ficou acumulada nas ruas. Eles reclamam do mau cheiro.
Segundo a Defesa Civil, o lixo fica acumulado nas ruas para depois ser encaminhado a lixões e aterros. O Corpo de Bombeiros informou que quatro retroescavadeiras trabalham na limpeza do município.
Um bairro de Muriaé está com o fornecimento de água interrompido por causa do rompimento de uma adutora. Seis caminhões-pipa estão distribuindo água às casas afetadas
Dez mil pessoas foram atingidas pela enchente e 117 estão desabrigadas em Muriaé.
Moradores das três cidades atingidas pela lama da barragem --Miraí, Muriaé e Patrocínio de Muriaé-- poderão pagar apenas a taxa mínima das contas de luz e água, de acordo com as empresas responsáveis pelo fornecimento.
Atendimentos
Em Miraí (a 335 quilômetros de Belo Horizonte), a primeira cidade atingida pela lama, a força-tarefa recebeu 240 solicitações para vistorias de residências em risco de desabamento. Ao menos 874 pessoas já foram vacinadas contra tétano e hepatite B.
Defensores públicos de Belo Horizonte chegaram neste sábado ao município de Miraí e devem começar no domingo o atendimento a população. Eles vão coletar dados dos moradores e auxiliá-los na abertura de ações judiciais.
(Por Cíntia Acayaba,
Folha online, 13/01/2007)