A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que não haverá volta no fechamento das usinas nucleares, para, assim, aplacar as vozes dentro de suas próprias filas, que exigem uma revisão do abandono progressivo da energia nuclear, contido no pacto de coalizão.
Merkel admitiu, em Berlim, que o corte de fornecimento de petróleo imposto pela Rússia e que afeta cinco países-membros reacendeu na Alemanha o debate sobre a energia nuclear.
A chanceler alemã coincide com Bruxelas em que a chave está em aumentar a eficiência energética e que, no campo das energias renováveis, é possível fazer mais do que foi feito até agora. Merkel lembrou que o abandono da energia nuclear, herdado do anterior Executivo de social-democratas e verdes, está no pacto do Governo da grande coalizão assinado há 13 meses pelos três sócios do Governo: União Democrata-Cristã (CDU), sua ala bávara União Social-Cristã (CSU) e os social-democratas do SPD.
Hoje, Merkel disse "que, em uma coalizão, a confiança é importante e, por isso, nesta legislatura é preciso respeitar o que está escrito no tratado de coalizão". No entanto, também insistiu em que "os que querem o abandono da energia nuclear não podem proibir os outros de pensar sobre as conseqüências deste processo". Não existe uma "proibição de pensar" sobre o blecaute nuclear, definido de forma progressiva até 2020/2021, "nem sobre as conseqüências desse abandono", disse a chanceler.
O fechamento das usinas nucleares é um dos pontos de discórdia na grande coalizão. Atualmente, um terço da energia consumida na Alemanha vem das usinas nucleares e, quando chegar a data de seu fechamento definitivo, terá que haver uma solução para substituí-la.
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EFE, 12/01/2007)