Estudo questiona segurança de material nuclear guardado em cerâmicas
2007-01-12
Um estudo publicado esta semana pela revista científica "Nature" questiona a capacidade de certas cerâmicas sintéticas de armazenar resíduos nucleares durante dezenas de milhares de anos. Uma equipe conjunta da Universidade de Cambridge e do Laboratório Nacional do Pacífico Noroeste, nos Estados Unidos, estudaram a capacidade das cerâmicas sintéticas em guardar plutônio no seu interior - substância radioativa extremamente tóxica.
Ao se decompor, o plutônio emite partículas-alfa que deslocam os átomos da cerâmica sintética de suas posições originais, fazendo que a cerâmica seja mais suscetível à fraturas. Os pesquisadores detectaram cinco vezes mais deslocamentos de átomos pela desintegração-alfa que o calculado inicialmente (antes do armazenamento do material radioativo).
Isto significa que esses materiais poderiam sofrer escapes radioativos após 1.400 anos - o que fica muito longe dos 241 mil anos considerados como razoáveis para a imobilização dos resíduos radioativos. Os especialistas pensaram na possibilidade de utilizar essas cerâmicas sintéticas para armazenar resíduos radioativos dada a capacidade das cerâmicas naturais de conter materiais radioativos durante milhões de anos.
(Efe, 12/01/2007)
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