Camponeses equatorianos denunciam que a Colômbia continua realizando pulverizações aéreas de glifosato na zona fronteiriça. Dirigentes rurais advertem que a população está sofrendo vômitos e diarréias por causa do herbicida. Lenin López, dirigente do "caserío Pueblo Nuevo", localizado na província de Sucumbíos, declarou que, recentemente, dois aviões pequenos, protegidos por helicópteros militares, fizeram pulverizações com glifosato na zona.
Outros dirigentes rurais também disseram que as aeronaves sobrevoaram povoados próximos onde continuaram com as pulverizações.
Em dezembro passado, o governo colombiano decidiu recomeçar as pulverizações aéreas na zona fronteiriça para exterminar, segundo os argumentos oficiais, os cultivos de coca.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) estuda a denúncia apresentada pelo Equador contra Bogotá pela retomada das operações com glifosato, que estiveram suspensas entre os meses de janeiro a novembro do ano passado.
Equador verificou a inexistência de cultivos ilegais
O ministro da Defesa do Equador, Marcelo Delgado, informou que efetivos das Forças Armadas daquele país investigaram a denúncia da Polícia colombiana e verificaram a inexistência de cultivos de coca na zona assinalada. Ele qualificou a denuncia como "inoportuna" e "mal-intencionada".
"Para satisfação das autoridades e tranqüilidade do povo equatoriano, posso dizer que não existe um só cultivo de coca nas áreas assinaladas pelo diretor da Polícia colombiana", disse Delgado.
O ministro acusou o general Jorge Castro, chefe da Polícia colombiana, de "mentir deliberadamente" e lhe pediu que se abstenha de dar "conselhos não solicitados e se dedique mais a evitar que proliferem as plantações ilegais na Colômbia".
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Adital, 11/01/2006)