Para setor de alimentos da UE, biocombustíveis são ameaça
2007-01-12
A proposta da Comissão Européia de impor uma meta obrigatória para o uso de biocombustíveis no bloco, até 2020, vai pôr em
risco a produção de alimentos e gerar alta de preços, afirmaram duas organizações da indústria alimentícia da UE na
quarta-feira (10). A Associação das Indústrias de Chocolates, Biscoitos e Confeitos (Caobisco) e a associação de produtores de margarina, Imace,
pediram à comissão que descarte as metas obrigatórias e considere o problema, para reduzir a pressão sobre a indústria
alimentícia. Como parte de uma política mais ampla para combater o aquecimento global, a Comissão Européia propôs uma meta de
10% para o uso de biocombustíveis, produzidos a partir de cana, grãos ou óleos vegetais, até 2020.
"Isso vai prejudicar a indústria alimentícia, ao provocar uma séria restrição de matérias-primas e uma alta não-sustentável
de preços", afirmaram as entidades, em um comunicado conjunto. "Nossos insumos principais estão cada vez mais sendo usados
para a produção de biodiesel e bioetanol", acrescentaram, dizendo que alguns produtos já tiveram alta, devido à política da
UE.
Atualmente, a UE tem uma meta não-obrigatória de 5,75% para biocombustíveis até 2010. As organizações pediram à UE que abra
suas importações para biocombustíveis e aumente sua base de insumos para a produção de biocombustíveis, para evitar uma
escassez de alimentos.
(Reuters, 11/01/2007)
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