Agricultura e Meio Ambiente fiscalizarão juntos florestas do ES
2007-01-11
Os 7% de Mata Atlântica que ainda restam no Espírito Santo serão monitorados e fiscalizados, em conjunto, pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). A medida foi publicada no Diário Oficial e promete uma conjunção de esforços para reverter o estágio atual de desmatamentos.
Segundo os termos do convênio, a parceria vai diagnosticar, acompanhar e fiscalizar o desmatamento, a regeneração e a fragmentação da cobertura florestal do Estado junto com o Projeto Corredores Ecológicos. Ações previstas no convênio entram em vigor imediatamente e têm a vigência de 48 meses.
A ação receberá verba do Ministério do Meio Ambiente para a execução do acompanhamento e diagnóstico das áreas, assim como para plano de manejo de áreas de conservação, entre outros.
Apesar de ter apenas 7% de seus remanescentes florestais, o Espírito Santo é considerado um dos estados estratégicos para garantir a sobrevivência do bioma.
No Espírito Santo, há cerca de 31 unidades de conservação, mas apenas quatro unidades possuem mais de 10 mil hectares. São elas a Reserva Biológica de Sooretama, o Parque Nacional do Caparaó, o Parque Nacional dos Pontões Capixabas e a Área de Preservação Ambiental (APA) Paulo César Vinha.
Segundo o Workshop "Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos", realizado pela Conservation Internacional do Brasil, há 14 áreas prioritárias ainda para a conservação da biodiversidade no Estado.
Áreas com remanescentes florestais nos municípios de Domingos Martins, Alfredo Chaves e Afonso Cláudio também são consideradas prioritárias e deverão contar com o monitoramento do novo convênio, já que lá não existem unidades de conservação instituídas.
No Estado há a crescente preocupação em preservar os remanescentes de Mata Atlântica. Estes já foram declarados Reserva da Biosfera pela Unesco, em 1993, por abrigar áreas de ocorrência de endemismo, espécies raras, de importante valor genético e lugares de excepcional interesse científico.
Ainda assim, os desmatamentos continuam e estão cada vez mais agressivos. Em 2006, foram inúmeros os casos de flagrantes de desmatamentos, mesmo em áreas de preservação. Um exemplo foi o desmatamento promovido pela Aracruz Celulose, que destruiu parte da mata atlântica no córrego Jacutinga, na região do Farias, em Linhares, em plena Copa do Mundo. Mesmo com um embargo verbal do Ibama por desmatar, a empresa ainda retirou parte da madeira da área, inclusive nativa.
A expectativa é que, com a comunhão de esforços entre órgãos do Estado, seja revertida a situação atual de desmatamento no Estado, assim como a regeneração das áreas já degradadas.
(Por Flávia Bernardes, Século Diário - ES, 10/01/2007)
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2007/janeiro/10/noticiario/meio_ambiente/10_01_06.asp