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2007-01-11
Duzentos e cinqüenta pontos de degradação foram visualizados pelo sobrevôo que percorreu um terço do Estado na operação 2006/2007 do Plano Integrado de Fiscalização e Monitoramento, elaborado por meio do projeto Corredor Ecológico. O projeto, iniciado em outubro, buscou pontos de desmatamentos, queimadas e atividades degradantes do meio ambiente pouco visíveis da superfície terrestre.

A ação foi feita em conjunto pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), através do projeto Corredor Ecológico, pelo Idaf e pela Polícia Ambiental, com o objetivo de proteger os recursos naturais do Estado do Espírito Santo por meio do controle das atividades com potencial degradador ou poluidor do meio ambiente.

Segundo o membro do Corredor Ecológico Felipe Mello, só no norte do Estado, na região de Conceição da Barra e proximidades, foram encontrados 120 pontos de degradação. Grande parte deles formada por carvoarias. O técnico lembra que o desmate ainda é predominante no Estado, e essa foi a causa de duas multas, mesmo durante o sobrevôo.

"Interrompemos o sobrevôo por duas vezes porque há casos em que os danos são muito grandes e temos que autuar na hora. Foram duas multas e em um caso encontramos o caminhão já carregado de toras de madeiras", ressaltou.

Os sobrevôos foram feitos nas chamadas regiões 1, 7 e 9, que correspondem às áreas de municípios do norte, da região centro serrana, do litoral sul, da Grande Vitória e também do sul do Estado. As equipes da Polícia Ambiental que trabalham em terra já começaram a fiscalizar os pontos registrados pelo sobrevôo. Os policiais têm em mãos todos os dados de GPS, fotos e informações sobre os danos registrados no sobrevôo para fiscalizar e, se for o caso, multar os infratores.

Cada sobrevôo foi feito com a presença de cinco agentes fiscalizadores, com piloto e co-piloto do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAer), e um técnico de cada instituição - Iema, Idaf e Polícia Ambiental. Desta forma, cada um ficou responsável por capturar os pontos com GPS, fotografar o dano e registrar em um formulário o tipo de agressão e as coordenadas, para que as equipes em terra, representadas por agentes da Polícia Ambiental, possam fazer a fiscalização por terra.

É neste momento que o índice de ocorrências pode crescer. Em um dos sobrevôos de fiscalização 2005/2006, foram registrados 155 pontos de degradação, por exemplo. Já em terra, foram acrescentados mais 134 pontos. Isso acontece porque os pontos vistos de cima podem muitas vezes estar próximos de outros pequenos pontos de degradação que não podem ser visualizados no sobrevôo, mas que acabam sendo encontrados na fiscalização por terra. Ao todo, na fiscalização feita no ano passado 994 pontos foram identificados pelo sobrevôo. Mas tarde, com as fiscalizações em terra, esse número cresceu para 1.089.

Além dos desmatamentos, as causas de degradação visualizadas pelos sobrevôos também são as ligadas a mineração, queimadas, lixões, barragens, extrações de areia, entre outros.

No Espírito Santo, restam apenas cerca de 7% da mata atlântica. O Estado perdeu 1,19% de sua vegetação nativa entre 1995 a 2000, e a devastação continua intensa. Neste contexto, são encontrados os mais diferentes tipos de agressões ao ambiente, como borcagem - supressão de vegetação em pequena escala; corte seletivo - supressão de alguns exemplares de vegetação, selecionando as espécies; carvoaria - fornos ou madeira queimada a fim de ser transformada em carvão vegetal; desmatamento - supressão de vegetação em larga escala; mineração - extração de rochas, areia e outros tipos de recursos naturais; queimada - fogo ou indícios dele em uma determinada área; outros - consideram-se estradas no meio da mata, limpeza de área e outras ocorrências isoladas.
(Por Flávia Bernardes, Século Diário - ES, 10/01/2007)
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2007/janeiro/10/noticiario/meio_ambiente/10_01_09.asp

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