Análise do aporte, da taxa de sedimentação e da concentração de metais na água, plâncton e sedimento do reservatório de Salto Grande, Americana (SP)
2007-01-11
Tipo de trabalho: Tese de Doutorado
Instituição: Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP)
Ano: 2002
Autor: Maurício Augusto Leite
Contato: mauricioleite@zipmail.com.br
Resumo:
O reservatório de Salto Grande localiza-se no município de Americana, São Paulo, em uma região de intensa atividade industrial, agrícola e elevada densidade demográfica, fatores que promoveram nas últimas décadas, alterações significativas na paisagem, na demanda dos recursos naturais existentes e conseqüentemente, na degradação dos recursos hídricos, incluindo a eutrofização e a contaminação por metais. O presente trabalho teve como objetivo quantificar a concentração dos metais (ferro, manganês, zinco, cobre, cromo e cádmio) no reservatório de Salto Grande, bem como sua deposição ao longo do sistema e sua possível biodisponibilização para a comunidade planctônica. Para avaliar a atual situação do reservatório, determinou-se a concentração dos metais na água (30 e 70% da profundidade local), plâncton (fração maior que 20 µm), material sedimentável (câmaras de sedimentação a 30 e 70% da profundidade local) e sedimento (“core sampling”), com coletas em fevereiro, maio, agosto e novembro de 2000, caracterizando os períodos seco, chuvoso e intermediários. Os resultados da análise da água demonstram que altas concentrações de ferro, manganês, cobre e cádmio, excederam os limites da resolução CONAMA 20/86 para águas de Classe 2. Os resultados obtidos para metais no plâncton apresentaram-se baixos, não demonstrando uma possível bioacumulação. As taxas de sedimentação apresentaram-se elevadas geralmente nos meses mais secos (maio e agosto), com concentrações de 2,4 mg.cm-2.dia-1 para ferro, 0,25 mg.cm-2.dia-1 para manganês, 0,024 mg.cm-2.dia-1 para zinco, 0,018 mg.cm-2.dia-1 para cobre, 0,027 mg.cm-2.dia-1 para cromo e 0,003 mg.cm-2.dia-1 para cádmio. As concentrações elevadas de metais no sedimento (61906,0 mg.kg-1 para ferro, 623,0 mg.kg-1 para manganês, 178,0 mg.kg-1 para zinco, 70,0 mg.kg-1 para cobre e 75,0 mg.kg-1 para cromo) caracterizam o sistema como poluído. Os resultados obtidos demonstram as conseqüências do uso e ocupação da bacia do Rio Atibaia, principalmente a partir da década de 70, com o aumento das atividades agrícolas e industriais, resultando em uma elevada entrada de substâncias potencialmente tóxicas, afetando a qualidade da água e do sedimento do sistema.