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2007-01-11
A pressão dos altos preços da gasolina, os produtos dos concorrentes japoneses e a mudança do gosto dos consumidores levaram os fabricantes americanos a pensarem seriamente na produção de veículos alternativos. Terça, durante o segundo dia do Salão Internacional do Automóvel da América do Norte (Naias) realizado em Detroit, a Honda confirmou que venderá em 2009 nos Estados Unidos um pequeno veículo familiar híbrido, a tecnologia na qual é líder ao lado de outra japonesa, a Toyota.

John Mendel, vice-presidente de Operações Automobilísticas da Honda nos EUA, se limitou a repetir a data sem dar mais detalhes do carro, mas seu chefe, o presidente da Honda, Takeo Fukui, revelou em entrevista à "Newsweek" que o novo híbrido será uma versão ampliada do Insight. Enquanto o Insight é um carro de dois lugares vendido em pequenas quantidades, o novo híbrido - que combina motores de combustão com elétricos - terá capacidade para cinco adultos e a Honda quer que seja uma opção viável para o americano médio.

Fukui afirmou que "a tecnologia híbrida é muito poderosa e provou sua eficácia na redução de consumo. Não voltaremos atrás em nossos esforços". A idéia de Fukui e da Honda é desafiar a Toyota, que nos últimos anos foi superior na hora de comercializar com sucesso a tecnologia híbrida. Ontem, o vice-presidente executivo do grupo Toyota nos EUA, Jim Lentz, também afirmou que sua empresa não deixará de pressionar com a tecnologia híbrida.

Lentz assinalou que a produção do Prius, o primeiro carro da Toyota exclusivamente projetado como híbrido, cresceu 50% em 2006 e que a empresa japonesa planeja vender 250 mil híbridos em 2007 apenas nos EUA. Em Detroit, a única novidade apresentada pela Toyota foi o protótipo FT-HS, um esportivo que combina um motor a gasolina V6 com um poderoso motor elétrico, algo que é chamado de híbrido paralelo porque ambos os motores podem funcionar separadamente ou conjuntamente, gerando um máximo de 400 cavalos de potência.

Mas a Toyota tem um plano agressivo de expansão da tecnologia híbrida em seus modelos convencionais no curto prazo, em vista do sucesso das vendas de veículos como o Prius e o Camry híbrido, cujas baterias passarão por uma melhora substancial para reduzir ainda mais o consumo de gasolina. É este sucesso - aliado à queda das vendas dos seus veículos - que obrigou a General Motors a dar um giro de 180 graus na sua estratégia. Há apenas quatro anos, a GM terminou a experiência do EV1, um carro totalmente elétrico que se transformou no símbolo - do bom e do ruim do setor - para os ecologistas.

Nos anos 90, a empresa investiu cerca de US$ 1 bilhão no desenvolvimento do EV1, só que em 2002 o presidente da GM, Rick Wagoner, decidiu encerrar o programa, algo que o próprio diretor qualificou como seu maior erro. Agora, a GM quer recuperar o terreno e o tempo perdido com o Chevrolet Volt. Wagoner assinalou que o Volt não será um carro híbrido porque o pequeno motor de combustão que tem, de apenas 1 litro de capacidade, não servirá para impulsionar o carro e sim para recarregar as baterias que operam o motor elétrico do veículo.

O motor de combustão pode ser tanto de gasolina, como de biodiesel, etanol ou inclusive de hidrogênio e, segundo os cálculos da GM, pode nunca ser usado pelo consumidor médio, já que as baterias podem ser recarregadas simplesmente ligando o Volt à rede elétrica. O único problema é que, segundo Wagoner, para que o carro entre em produção é necessário que haja uma significativa melhora na tecnologia das baterias de lítio-íon, algo que não acontecerá antes de 2010-2012. A Ford também deve produzir um protótipo similar ao Volt.

Dos grandes fabricantes de automóveis nos EUA, apenas a Daimlerchrysler se mantém impassível diante dos veículos híbridos, mas o Grupo Chrysler está sofrendo por causa da sua excessiva dependência de carros de consumo elevado. Por isso, recentemente fechou um acordo com o fabricante chinês Chery. O acordo, que ainda espera a aprovação final dos acionistas, prevê que a Chery fabrique um carro pequeno de baixo consumo - que o Grupo Chrysler não tem - para vendê-lo sob a bandeira da marca americana na América do Norte e na Europa.
(EFE, 10/01/2007)
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