O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional e das Florestas, Rui Gonçalves, afirmou que o combate às práticas ilegais de destruição da floresta tropical passa, em simultâneo, por uma boa gestão e pelo desincentivo a estas actividades. “Portugal [país importador] está bem posicionado para participar, no âmbito da União Europeia, em projectos de cooperação com países em desenvolvimento, que visem reduzir ou eliminar práticas ilegais de destruição da floresta para fins comerciais”, disse à Agência Lusa Rui Gonçalves, que falava à margem de uma reunião da OCDE, em Paris.
O governante está desde segunda-feira em França, onde participa num encontro da OCDE - Organização para o Cooperação e Desenvolvimento Económico sobre «O desenvolvimento sustentável da floresta - exploração ilegal dos produtos florestais», que termina amanhã.Rui Gonçalves referiu ainda que uma das vias para combater a desflorestação ilegal passa pelos países importadores exigirem madeira e derivados da madeira que sejam certificados. Por outro lado, considerou igualmente que os consumidores dos países mais desenvolvidos devem “pagar um pouco mais por produtos legais” que chegam aos mercados.
“Estes produtos florestais respeitam as boas práticas de uma gestão sustentável da floresta e não devem ser vistos apenas como mais custo acrescido”, salientou. Para Rui Gonçalves, “a sustentabilidade da floresta tropical não deve ser vista numa óptica de curto prazo, mas de médio-longo prazo, pois há danos a considerar para o equilíbrio ambiental mundial”. O governante insistiu ainda na necessidade de os governos prosseguirem com acções desincentivadoras sob a forma voluntária e judicial.
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Primeiro de Janeiro, 10/01/2007)