Uma centena de delegados/as de Manabí, Guayas, El Oro, Los Ríos, Morona, Zamora Chinchipe, Imbabura, Pichincha e Cotopaxi, no Equador, se reuniram em assembléia e criaram uma organização nacional, batizada de "Água, Terra e Vida". Grande parte da população e os organizadores são contra a construção da chamada "Presa Baba", que vai canalizar as águas dos ríos Toachi e Baba para transporta-las para a represa Daule-Peripa.
A empresa construtora, Odebrecht, e a superinstituição autônoma Cedege [Comissão de Estudos para o Desenvolvimento da Bacia do Rio Guayas e da Península de Santa Elena] foram acusadas de levar um processo fraudulento de consultas a milhares de afetados com o fim de obter a licença ambiental. A maioria das organizações que criaram Água, Terra e Vida se manifestaram contra os "megaprojetos inconsultos" (como os de Intag, Pangua, Baba, Jimbitono e outros) que, coincidentemente, jamais afetam as propriedades dos latifundiários, mas sempre às de famílias pobres". Denunciaram as "cadeias de corrupção entre funcionários governamentais, concessionárias e construtores, para comprar consciência de autoridades locais que dão seus consentimentos, mesmo quando isso significa a expulsão de milhares de equatorianos de suas propriedades, a depredação ambiental para servir a uns poucos oligarcas e o enriquecimento de transnacionais".
Delegações de usuários do serviço de água potável de Guayaquil e Guayas convocaram uma campanha para reivindicar os direitos dos usuários, rejeitar a privatização da concessão à empresa Interagua e pediram apoio para a apresentação de uma lei que reveja a Lei de Ecapag [Empresa Cantonal de Água Potable y Alcantarillaod de Guayaquil].
Os participantes do evento saudaram o novo presidente Rafael
Correa, respaldaram a consulta popular e a integração da Constituinte com uma lista de "gente não comprometida com as máfias corruptas ou com latifundiários e representantes de construtoras, hidroadministradoras, financeiras, provedoras, empresas nacionais e estrangeiras, mineradoras e petroleiras, que destroem e contaminam o meio ambiente e atentam contra as propriedades e o direito alimentar dos pobres".
A assembléia decidiu repudiar a criminalização e repressão contra seus dirigentes, assim como as aspersões "uribistas" com "glifosato potenciado" na fronteira norte e o envolvimento equatoriano no "Plano Colômbia". Também se solidarizaram com o povo de Cuba e exigiram o cessar imediato do criminoso bloqueio imposto pelos Estados Unidos. Saudaram as "vitórias populares nos distintos países da América Latina". Expressaram oposição às manobras desestabilizadoras contra os governos da
Bolivia e Venezuela Bolivariana.
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Adital, 09/01/2007)