Será realizado no Equador, de 24 a 27 de janeiro, o Encontro dos Povos pela Vida, um evento que visa a promover o desenvolvimento sustentável e a valorização de comunidades e ecossistemas da América Latina. Entre as instituições organizadoras estão o Movimento para a Saúde dos Povos-América Latina; a Frente Nacional pela Saúde dos Povos do Equador; a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Cuenca; a Coordenadora Campesina Popular; Ação Ecológica; o Comitê de Defesa da Vida e Contra a Mineração, preocupadas com a defesa da biodiversidade, a proteção dos ecossistemas e o desenvolvimento equitativo e justo do Equador.
O encontro será em Sígsig, no dia 24; em Cuenca, nos dias 25 e 26; e em Gualaquiza, no dia 27.
Segundo os organizadores, o evento tem como propósitos: monitorar e informar sobre os impactos da mineração industrial na vida e na saúde das pessoas, animais, plantas e ecossistemas; realizar ações conjuntas de resistência e elaboração de propostas para que se priorize a vida dos povos para além dos lucros; compartilhar as experiências e testemunhos dos povos, bem como apresentar evidências de acadêmicos e investigadores comprometidos com a vida.
Os problemas sociais, ambientais e de saúde serão analisados desde uma perspectiva multilateral. As repercussões que a exploração mineira irracional tem causado ao Equador, como também os impactos sobre a vida e a saúde dos ecossistemas serão debatidos desde a perspectiva dos interesses nacionais, dos povos e do desenvolvimento.
Os temas serão abordados através de uma metodologia participativa, apresentando evidências científicas, assim como testemunhos, conferências, documentários e e vídeos. Entre os principais pontos a tratar se encontram: Equador - resistência e luta contra as mineradoras transnacionais; mineração, saúde e meio ambiente; empresas mineradoras -neocolonialismo e biocídio; Amazônia - templo vivo dos povos do mundo, presente e futuro de nossa biodiversidade.
Também estão previstas atividades de ordem cultural e social como Marcha pela Água e o lançamento do livro "As Vozes da Terra - Memórias da Assembléia Mundial da Saúde dos Povos", Cuenca 2005. Será também lançado o livro "Jimbitono" e realizada a estréia do vídeo documentário "Fora as mineradoras imperialistas do Equador!". Outros eventos previstos: recital "A água de Abanico é a melhor"; declaração do Encontro dos Povos pela Vida e Marcha pela Soberania.
Reunião
Ainda para o evento, está prevista uma reunião ampliada da Frente Nacional pela Saúde dos Povos, que debaterá sua posição e plataforma de luta frente ao novo governo, a implementação da campanha pelo direito à saúde e pela reforma integral do sistema de saúde público. Além disso, terá lugar a reunião dos ex-alunos da Universidade Internacional da Saúde dos Povos.
Por ocasião do Encontro dos Povos pela Vida, com o propósito de aprofundar o debate, buscando uma sustentação apropriada da realidade das populações afetadas pela mineração, participarão, na qualidade de convidados, especialistas no tema como: Edgar Isch, ex-ministro do Meio-ambiente do Equador; Jaime Breilh, professor da Universidade de Columbia Britânica- Canadá, e diretor de Mestrado em Saúde dos Ecossistemas da Facultade de Ciências Médicas da Universidade de Cuenca; María Hamlin Zúñiga, coordenadora global do Conselho Internacional para a Saúde dos Povos, que formarão uma Comissão Internacional de Observação para visitar Tundaimi (Zamora Chinchipe), que neste momento é uma zona militarizada.
Podem participar todas as pessoas e organizações comprometidas com a defesa da vida: comunidades campesinas, povos originais, movimentos sociais, institutos acadêmicos, artistas populares, nos diferentes momentos, com testemunhos, bandeiras, cartazes, fotografias, panfletos alusivos ao tema, dança, música, teatro popular e expressões variadas.
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Adital, 08/01/2007)