Segundo novo modelo climático desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a temperatura na região aumentará e poderá transformar floresta num grande cerrado. O estudo mostra ainda que as temperaturas médias no Brasil aumentaram 0,7º C nos últimos 50 anos.
A Amazônia ainda vai sofrer muito com as mudanças climáticas que estão em curso. De acordo com os dados do novo modelo climático desenvolvido pelo Inpe, divulgado no último dia 29 pelo jornal Folha de S. Paulo. A região terá, em 70 anos, um clima mais quente e seco do que o atual, com uma elevação de temperatura de cerca de 6º C. O grande risco, afirma José Marengo, coordenador dos pesquisadores do Inpe no projeto, é de que parte da floresta amazônica se converta em cerrado entre 2071 e 2100.
O estudo do Inpe mostra ainda que as temperaturas médias no país aumentaram 0,7 º C nos últimos 50 anos. Os dados serão apresentados ao Ministério do Meio Ambiente em fevereiro.
"Esse estudo do Inpe comprova o papel de vítima e vilã da floresta amazônica em relação ao aquecimento global", afirma Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace. "Vítima porque sofre com os impactos do aquecimento global, e vilã porque as queimadas são uma das maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa que causam as mudanças climáticas."
Marengo e o climatologista do Inpe Carlos Nobre, que também participou do estudo, foram entrevistados pelo Greenpeace para o relatório e documentário Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas - Como o Aquecimento Global Já Afeta o Brasil, lançado em agosto de 2006.
relatório e o documentário trazem testemunhos de vítimas na Amazônia, Nordeste, região Sul e zona litorânea brasileira. São pessoas que viram suas casas destruídas por causa de ventos ou inundações, perderam suas lavouras e animais por causa de secas, ou foram atingidas por catástrofes climáticas. O relatório e o documentário mostram ainda as relações entre a destruição da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, e o aquecimento global, e como o desmatamento e as queimadas fazem do Brasil o quarto maior emissor de gás carbônico do planeta.
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Greenpeace, 05/01/2007)