O anúncio da criação da Secretaria Extraordinária da Irrigação pelo governo do Estado foi recebido com cautela pelas entidades representativas dos produtores. Os trabalhadores na agricultura familiar esperam que haja recursos para colocar em prática as medidas, e que elas sejam debatidas com aos produtores. 'Vamos ver o que vai ser proposto. Queremos saber como vai funcionar', disse o secretário-geral da Fetag, Elton Weber. A federação preocupa-se com a escassez dos recursos hídricos. Segundo ele, não adianta irrigar a lavoura e se deparar com falta de água mais tarde. 'Com a atual situação, ações têm que ser muito bem pensadas, ou podem ser um desastre', opinou o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro. A posição da Farsul é que, antes de criar projetos, é necessário dar conta das demandas atuais. 'É importante dar maior agilidade à Fepam', afirmou o presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Farsul, Francisco Schardong. Há produtores, continuou, que solicitaram licença para açudes e que esperam há mais de dois anos. A Fecoagro apóia o projeto.

A governadora Yeda Crusius nomeou Rogério Ortiz Porto para a Pasta, que estará responsável pela elaboração e execução de projetos de manejo e uso das águas. Porto, que já vinha trabalhando desde a campanha eleitoral em formas de melhorar o sistema de irrigação, é formado em geologia e economia, foi secretário do Conselho de Recursos Hídricos no governo Pedro Simon, presidiu o Irga e foi superintendente do Sebrae.

O novo secretário não quis fornecer detalhes do plano que pretende implantar nem quais as culturas que poderão ser beneficiadas pela irrigação, argumentando que as propostas precisam ser aprovadas pela governadora, com quem deve se reunir na próxima semana. Ele também não indicou as possíveis fontes de recursos nem o orçamento necessário para implantar as medidas. No programa de governo, Yeda previa usar o modelo de parcerias público-privadas na irrigação.
(Correio do Povo, 06/01/2006)
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