O diretor técnico da Fepam, Jackson Müller, defendeu na sexta-feira (05/01) a criação de um colegiado, envolvendo órgãos de meio ambiente e municípios da região, para tentar solucionar a situação da bacia do Rio dos Sinos. 'Precisamos tratar a questão de forma permanente e não emergencial. É necessário discutir o que devemos fazer para evitar a mortandade de peixes.' O tema foi debatido em reunião do Comitê Gestor da Fepam e o assunto será encaminhado à nova secretária estadual do Meio Ambiente, Vera Callegaro. Müller acrescentou que os maiores municípios da região estão ligados ao Sistema Integrado de Gerenciamento Ambiental e são autorizados a fazer licenciamento ambiental.

O diretor ressaltou que a pequena mortandade de peixes verificada quinta-feira próximo aos arroios Pampa e Luiz Rau, na divisa entre São Leopoldo e Novo Hamburgo, foi ocasionada pela chuva que atingiu a região na noite de quarta-feira. 'A enxurrada trouxe resíduos que ficam nos bueiros e nos arroios e acabaram matando os peixes. A carga poluidora é muito grande e o Sinos não consegue absorvê-la', disse. Na manhã de ontem, no bairro Lomba Grande, na divisa entre as duas cidades, não foram constatados peixes mortos, mas o nível do rio ainda estava baixo. Pela manhã, o nível era de 3,03 metros, enquanto que quinta-feira atingiu 2,7 metros. O ideal no local seria ao menos 5 metros.

O diretor da Fepam observou que o rio está fragilizado devido à pouca vazão e ao baixo índice de oxigênio dissolvido, e que novas medidas devem ser tomadas de forma integrada. Comentou que tanto as altas temperaturas quanto as enxurradas podem causar a mortandade dos peixes. Disse que na quinta-feira, em Novo Hamburgo, a temperatura da água era de 30 graus. 'Estamos no verão mais quente dos últimos anos. Isso faz com que o oxigênio, que se encontra em nível inferior ao ideal, se dissipe para o ar e agrave a situação', explicou.
(Correio do Povo, 06/01/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp