O mercado internacional de sementes e cultivos geneticamente modificados está cada vez mais concentrado em poucas empresas. De acordo com o informe de 2006 divulgado pela Monsanto, a multinacional é responsável por 60% dos cultivos transgênicos no mundo, posição que ocupa desde o ano de 2005. Dos 88 milhões de hectares cultivados com geneticamente modificados em escala mundial, 53 milhões de hectares são desenvolvidos nos laboratórios da empresa norte-americana. Os outros 40% são divididos por nove empresas, entre elas a Syngenta e a Dupont.

Dos cultivos transgênicos, a semente de soja RR da Monsanto, resistente ao glifosato, é a semente mais cultivada no mundo. No Brasil, Argentina e Paraguai a empresa domina, praticamente em sua totalidade, o mercado da soja. Na Argentina, a Monsanto também detém o controle do cultivo de milho através da variedade RR GA21, resistente ao herbicida glifosato. O mesmo tipo de semente que, segundo denúncias de agricultores e parlamentares gaúchos, vem sendo contrabandeada ao Rio Grande do Sul. No México, as sementes de algodão transgênico da multinacional são utilizadas em 40 mil hectares. A mesma variedade é vendida na Índia e na China.

A Monsanto iniciou a expansão das suas sementes transgênicas nos anos de 1996 e 1997 nos Estados Unidos, através da soja e do milho RR, resistentes ao glifosato. Além destes cultivos, a empresa também controla naquele país o cultivo do algodão e desenvolveu outros tipos de semente geneticamente modificados, como o BT, resistente a insetos. O projeto de desenvolvimento do trigo transgênico foi abandonado pela empresa em 2004. Com o controle do mercado, a Monsanto consegue ditar o preço das sementes aos agricultores e expandir ainda mais a venda dos seus agrotóxicos.
(Por Raquel Casiraghi, Agência Chasque, 05/01/2007)
http://www.amauta.inf.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4173&Itemid=32