Permissões européias seguem em baixa
2007-01-05
No último ano do período de três que compreendem a primeira fase do esquema de comércio de emissões da União Européia (EU ETS), as permissões de emissão caíram, alcançando um nível recorde. Neste mesmo período, o tempo suave reduziu a demanda energética, favorecendo o aumento da oferta de permissões.
As permissões de dióxido de carbono da União Européia (EU) para entrega imediata caíram €1, ou 15% a tonelada, segundo preços da companhia Powernext de Paris. Este é o menor preço já pago pela permissão de emissão de dióxido de carbono na UE. A Comissão Européia, que regula o maior regime mundial de negociação de emissões, assumiu em maio passado que pode ter emitido permissões demais para 2007, colocando a culpa do erro nas informações imprecisas repassadas pelos países membros sobre as emissões.
O gás britânico para entrega no próximo verão (no hemisfério norte) caiu 44% desde seu recorde em abril, tornando este combustível mais atraente. O carvão produz o dobro de emissões para cada unidade de energia gerada, quando comparado com o gás. “Todo setor energético está receoso com uma possível queda por hoje e pelos próximos dias,” disse Steffen Kiselis, trader da Vattenfall Trading Services em Hamburg. “O gás está caindo enquanto o mercado do carvão está estável,”, afirmou Kiselis.
As permissões de carbono para dezembro de 2008, o primeiro ano dos cinco que compreendem a segunda fase, caíram 4.1%, alcançando €17.50 a tonelada, segundo preços da European Climate Exchange. Esta foi a maior baixa desde 22 de dezembro. A Alemanha pediu à Comissão Européia no final do mês passado para permitir a importação de mais créditos de emissão nos cinco anos posteriores a 2008, após a agência regulatória ter limitado suas permissões.
O porta-voz do ministro do meio ambiente da Alemanha, Tobias Duenow, disse que a Alemanha ainda teria que determinar quantos créditos suas fábricas e usinas de energia poderiam importar neste período. O país é a terceira maior economia mundial, porém também é a maior produtora de gases do efeito estufa da Europa. “Queremos conversar com a Comissão Européia e tem que haver negociações. Os números ainda têm que ser fixados”, afirmou Duenow.
Aumentar o fornecimento de créditos importados poderia baixar o preço das permissões da UE negociadas nos mercados futuros e reduzir o preço da eletricidade ao longo da região, segundo analistas. O incentivo para reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa também cairia se o preço das permissões baixasse.
(Bloomberg, 04/01/2007)
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