A ExxonMobil doou US$16 milhões para 43 grupos ideológicos entre 1998 e 2005, num esforço para desorientar o público, fazendo-o desacreditar da ciência que existe por trás da questão do aquecimento global. A denúncia foi feita ontem (03/01) pela ONG norte-americana Union of Concerned Scientists.
O relatório do grupo militante espelha queixas da Academia Britânica de Cientistas. No mês de setembro de 2006, a Sociedade Real escreveu que a companhia de petróleo pediu para deter o apoio a grupos que "representam mal a ciência da mudança climática".
Muitos cientistas dizem que o dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa que saem de emissões estacionárias estão aquecendo a atmosfera como se fossem gases estufa, derretendo o gelo do Ártico e os alpes glaciais, além de estarem causando distúrbios a animais e plantas.
A ExxonMobil disse ontem (03/01) que o relatório dos cientistas "é ainda uma nova tentativa de sujar nosso nome e trazer confusão à discussão sobre sérias questões envolvendo emissões de CO2 e mudança climática global".
A ExxonMobil lista em seu site cerca de US$ 133 milhões em contribuições globais em 2005, incluindo US$ 6,8 milhões para "informação pública e política de pesquisa". Esse dinheiro foi distribuído para mais de 140 formadores de opinião, universidades, fundações, associações e outros grupos. Alguns deles têm discutido publicamente relações entre emissões de gases de efeito estufa e aquecimento global.
Alden Meyer, diretor de Polític e Estratégia da Union of Concerned Scientists, disse, em teleconferência, que a tética da ExxonMobil e de emprsas de tabaco é espalhar incerteza por meio da adulteração de estudos científicos que passa por revisão de pares ou enfatizar apenas fatos seletivos das pesquisas.
Dr. James McCarthy, professor da Universidade de Harvard, disse que a companhia buscou "criar a ilusão de um debate vigoroso" sobre aquecimento global.
A companhia disse que seu suporte financeiro não visa a controlar qualquer grupo nem suas ideologias. "Achamos que alguns são persuasivos e esclarecedores, outros não são", disse o porta-voz da ExxonMobil Dave Gardner. "Mas há valor nesse debate, podendo levar a melhores informações e a ótimas decisões sobre políticas públicas."
Ele disse que a empresa acredita que, a despeito de muitas incertezas científicas, o risco das emissões de gases estufa pode ter sérios efeitos ambientais que justifiquem a adoção de ações para limitá-los.
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USA Today, 04/01/2007)