Algas indicam avanço da poluição no Rio Gravataí
2007-01-03
Algas do Rio Gravataí registram o histórico dos danos causados à qualidade da água pelos esgotos industriais e domésticos e pela urbanização das margens.
O registro é importante ferramenta nas mãos dos técnicos que controlam a qualidade da água, principalmente nesta época do ano, quando o consumo cresce, o nível do rio baixa e a poluição fica mais concentrada, colocando em risco o abastecimento de 600 mil pessoas em quatro cidades da Região Metropolitana.
As algas que registram os danos da poluição não causam cheiro ou gosto ruim à água. São chamadas de bioindicadoras e são usadas em todo o mundo, especialmente na Europa, para sinalizar o avanço da poluição.
No Rio Gravataí, durante dois anos, a bióloga Saionara Eliane Salomoni pesquisou um grupo de 186 espécies. O trabalho virou tese de dourado na Universidade Federal de São Carlos, concluída em 2004 e hoje usada pelos técnicos responsáveis pelo Gravataí. O controle da poluição é feito por meio de coleta de água que posteriormente é examinada em laboratório. A densidade das algas pode ser vista em um simples exame de microscópio.
- Coletei em pontos diferentes do Gravataí entre a nascente e a foz. A conclusão a que cheguei é que, à medida que se aproximam das áreas mais poluídas do rio, as algas mais resistentes proliferam, enquanto as outras desaparecem - diz Saionara.
(ZH, 3/1/2007)
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