O senador Moreira Mendes (PFL-RO) disse na sexta-feira (19/10), em Plenário, que é necessário fazer de imediato correções na Medida Provisória nº 2166, que elevou de 50% para 80% a área de preservação ambiental nas propriedades privadas da região amazônica. Para o senador, a nova legislação vai inviabilizar o desenvolvimento de uma grande parte do Brasil, provocando uma fuga em massa de agricultores, que irão, certamente - acredita - aumentar ainda mais os bolsões de pobreza das grandes cidades. Para Moreira Mendes, a população do estado de Rondônia tem-se manifestado totalmente contrária a essa MP, conhecida pelo seu número original, 2080. Ele disse que no último final de semana esteve numa festa agrícola no interior do estado, onde ouviu uma música do compositor Ary Santos, assumindo posição contrária à medida do governo. Para o senador, a letra da música, que ele leu em Plenário, traduz o sentimento popular radicalmente contrário à medida que representa, como frisou, um obstáculo ao desenvolvimento do seu estado, eminentemente agrícola. Há 30 anos, segundo o senador, o governo conclamou agricultores de todo o país a seguir para a Amazônia, para colonizar a região. As pessoas foram sob determinadas regras, entre elas a de preservação de 50% da área ocupada. Não se pode, então, de repente, alterar essas regras e dizer que a área a ser preservada será de 80% e que as pessoas somente poderão plantar em 20% do seu terreno, comentou o senador. O estado de Rondônia, segundo Moreira Mendes, tem 250 mil agricultores que vivem principalmente do café, do cacau e da produção de leite. Esses produtores já vêm enfrentando sérias dificuldades com a queda nas cotações desses produtos no mercado, sofrendo sérios prejuízos. Com as novas regras da preservação ambiental, o governo simplesmente está piorando em muito a situação difícil vivida por esses produtores, assinalou.