No meio da gritaria atual sobre se o aquecimento global é uma catástrofe causada pelo homem ou uma lenda, alguns moderados cientistas do clima no normalmente invisível centro estão falando. O discurso sobre o assunto está em febre desde o furacão Katrina. Aproveitando o momento, muitos batalhadores do meio ambiente, o ex-vice-presidente Al Gore e alguns cientistas desenharam a crescente influência humana no clima como um desastre desvelado que está de forma mensurável fortalecendo furacões, espalhando doenças e ampliando securas e dilúvios.
Políticos conservadores e alguns cientistas, muitos com laços com empresas de energia, reagiram de várias maneiras que o aquecimento causado pelo homem é inconseqüente, não provado ou uma crise fabricada. Uma terceira posição agora está surgindo, exposta por muitos especialistas que desafiam ambos os lados do debate.
Eles concordam que o acúmulo de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa provavelmente representam um desafio ambiental importante, mas dizem que a resposta apropriada é mais parecido com comprar seguros contra incêndios, instalar irrigadores e substituir a fiação velha, casa insubstituível ( o planeta casa) do que lutar com um fogo que já está violento.
“Mudanças climáticas representam um risco real”, disse Carl Wunsch, um especialista climático e de oceanos no Instituto Massachussets de Tecnologia. “Parece valer bastante dinheiro fazermos seguros contra os cenários mais catastróficos. Negar os riscos parece absolutamente estúpido. Afirmar que podemos calcular as probabilidades com qualquer nível de habilidade parece igualmente estúpido”.
Muitos nessa área buscam uma política para reduzir a vulnerabilidade para todos os extremos climáticos enquanto se constrói um suporte público para uma mudança sustentável para fontes de energia não poluentes.
Eles fizeram ouvirem suas vozes em web sites, entrevistas com a imprensa e pelo menos uma declaração de um grande grupo científico, a Organização Metereológica Mundial. No começo de dezembro esse grupo escreveu um relato consistindo na maioria das avaliações climáticas sobre se o aquecimento dos mares afetou os furacões.
Enquanto cada grau de aquecimento nos oceanos tropicais provavelmente intensifica tais tempestades em um ou dois pontos percentuais no futuro, eles dizem, não há uma evidência concreta de um fortalecimento de tempestades causado pelo calor nos últimos anos. Os especialistas acrescentaram que o aumento recente no impacto das tempestades é devido a mais gente ficando em seu caminho, não tempestades mais fortes. Existem tantos especialistas considerando esse ponto de vista que Roger A. Pielke, um cientista político da Universidade de Colorado, criou um nome para eles (e ele mesmo): “hereges não céticos”.
(Por Andrew C. Revkin,
New York Times , 01/01/2007)