Petrobras instalará usina eólica experimental em Rio Grande
2007-01-02
A Petrobras já possui licença ambiental para a implantação de uma pequena usina eólica experimental em Rio Grande, com
aerogeradores totalizando capacidade de 4 MW a 5 MW. O projeto está sendo desenvolvido desde 2003 e, neste ano, a usina
deverá ser implementada no município gaúcho.
O gerente executivo de Desenvolvimento Energético da Diretoria de Gás e Energia da Petrobras, Mozart Schmitt de Queiroz,
destaca que, segundo o Atlas do Potencial Eólico do Brasil (desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia e pela
Eletrobrás), as regiões Nordeste e Sul do País são as que possuem o maior potencial para aproveitamento da energia eólica. "O
município de Rio Grande possui um bom potencial eólico, porém um pouco mais baixo do que o Nordeste brasileiro", relata
Queiroz.
O dirigente informa que a Petrobras está avaliando propostas de parcerias para participar de projetos selecionados para o
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) em todo o Brasil. Estão sendo considerados projetos de
energia eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e biomassa. Entretanto, até agora, não houve fechamento de nenhum
negócio.
Na região Sul, a estatal também investe em biodiesel e etanol. Em outubro, a Petrobras e a Petrobras Distribuidora assinaram,
em Palmeira das Missões e em Bagé, dois memorandos de entendimento para projetos de implantação de unidades de produção de
biodiesel. O primeiro foi firmado com a Cooperativa Mista de Produção, Industrialização e Comercialização de Biocombustíveis
do Brasil (Cooperbio) e o segundo com a Cooperativa de Biocombustíveis da Região do Pampa Gaúcho (Biopampa) e o Frigorífico
Mercosul.
Os memorandos marcam o início da segunda fase dos estudos de viabilidade técnica e econômica para a implantação de duas
usinas de produção de biodiesel na região Sul. A primeira etapa dos projetos consistiu da análise do potencial regional para
implantação das unidades industriais, que foi estudada no âmbito do protocolo de intenções assinado em maio com as
cooperativas.
O investimento em cada projeto é estimado em cerca de R$ 100 milhões e cada planta poderá produzir 100 mil toneladas por ano
de biodiesel. Com essa parceria, a Petrobras trabalha para garantir o suprimento de biodiesel. A Petrobras Distribuidora
participa como principal compradora do produto, a preço de mercado. Este papel é fundamental para a viabilização do negócio.
Também foi assinado um contrato com a Cooperbio para a avaliação de uma cadeia produtiva de etanol pela agricultura familiar.
O contrato prevê a instalação de dez microdestilarias em diferentes cidades da região Noroeste do Rio Grande do Sul. O álcool
será produzido com matérias-primas variadas, como cana-de-açúcar e amiláceos (batata doce, mandioca) e será integrado com a
produção de alimentos (leite e leguminosas). O objetivo é desenvolver um processo que permita descentralizar a produção para
gerar trabalho e renda para a agricultura familiar.
Para dar suporte à questão tecnológica, estão envolvidas a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões (URI),
situada em Frederico Westphalen, e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria. Neste projeto, que a
Petrobras investirá R$ 2,3 milhões, está previsto o plantio de florestas energéticas como combustível para abastecer as
usinas. A tecnologia permite que a ponta da cana-de-açúcar seja utilizada na alimentação do gado e o bagaço na recuperação e
manutenção da fertilidade do solo.
(Jornal do Comércio, 02/01/2007)
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