Pesquisas realizadas pela Urcamp mostram níveis de contaminação do rio Uruguai, em São Borja, em três pontos analisados perto do cais do porto. Exames microbiológicos da água acusam, em todos os locais, elevado número de coliformes fecais. A constatação resulta de pesquisa realizada pelo Laboratório de Águas da Universidade da Região da Campanha (Urcamp) sob coordenação do médico e professor Luiz Carlos Porto.

O local das coletas da pesquisa fica a 800 metros acima do ponto de captação e da Estação de Tratamento da Corsan. A companhia informa que a água distribuída aos 65 mil habitantes da cidade é captada do meio do rio e não apresenta problemas, mesmo com as constatações de contaminação. A universidade iniciou as análises em fevereiro de 2006, com o objetivo principal de estudar o impacto ambiental da atividade agropecuária na qualidade da água do rio Uruguai, na região de São Borja. O coordenador do trabalho também aponta como objetivos a definição de parâmetros físicos, químicos e biológicos da água do rio que possam fornecer dados em atividades de educação ambiental. Outra finalidade é contribuir para a formação acadêmica dos bolsistas e demais alunos do campus universitário.

Nas imediações do cais do porto as coletas foram feitas em três pontos, com intervalos de 10 a 20 dias. Uma lancha da Patrulha Ambiental da Brigada Militar ajudou no processo. O trabalho, que já possibilitou 12 coletas, continuará até fevereiro de 2007. Com a lancha e medidores portáteis, são medidos ph, temperatura, condutividade e oxigênio. A causa mais provável da ocorrência do elevado número de coliformes fecais é a contaminação do rio pelas próprias comunidades ribeirinhas. A constatação é de que o rio Uruguai ainda é uma fonte hídrica de boa qualidade, em função dos demais parâmetros analisados. No entanto, a água, sem tratamento, não pode ser considerada potável ou adequada para balneabilidade.
(Correio do Povo, 02/01/2007)
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