Esqueça os carros voadores do cinema: em 2017, os automóveis vão andar no chão mesmo. Deixe de lado também a expectativa de usar hidrogênio ou luz solar para fazer o seu bólido voar baixo: o combustível mais em conta ainda será a gasolina e os demais derivados de petróleo, mesmo que os biocombustíveis sigam crescendo.
O carro popular de 2017 deve incorporar tecnologias já existentes hoje nos automóveis mais caros, avalia o diretor do comitê de veículos de passeio da Sociedade dos Engenheiros em Mobilidade, Evandro Maciel.
Serão comuns itens como telas de TV, por exemplo. Guias de trajeto eletrônicos, já disseminados na Europa e nos EUA, conduzirão o motorista até seu destino. Enquanto isso, as crianças se distrairão com jogos eletrônicos e Internet.
- A tendência é avançar no conforto e no entretenimento internos, já que as pessoas passarão cada vez mais tempo dentro do carro, nos engarrafamentos - projeta Maciel.
Os carros também vão se adaptar melhor ao corpo do motorista e dos passageiros. Ao entrar, os ajustes dos bancos corresponderão ao perfil de cada um. Além disso, a chance de uma correia dentada arrebentar e estragar uma viagem será cada vez menor: instrumentos eletrônicos cuidarão da manutenção, avisando quando as peças chegarem perto do final de sua vida útil.
- Não haverá grandes revoluções, apenas o aperfeiçoamento do que já existe. Essas coisas todas estão na prateleira, esperando a viabilidade econômica - diz Maciel.
Marcelo Nacle, da NXP, lembra que será mais seguro dirigir.
- Um exemplo serão os pneus. Normalmente, não sabemos se eles estão bem calibrados. Mas, em 2017, existirão sensores para calibragem ou que detectam problemas com o óleo de amortecimento - antevê Nacle.
A preocupação com o ambiente exigirá tecnologias mais limpas de combustível. James Wright, do Profuturo, acredita que na próxima década chegaremos ao auge dos veículos movidos a combustíveis renováveis, com a consagração da opção energética brasileira pelo biodiesel.
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Zero Hora, 02/01/2006)