Trabalho desenvolvido nos municípios de Ajuricaba e Nova Ramada, no
noroeste gaúcho, servirá como modelo para que produtores de peixe em
açudes de todo o Estado regularizem a situação ambiental de suas
propriedades.
A autorização ambiental permitirá que os mais de 30 mil piscicultores
gaúchos ampliem as oportunidades de venda do produto nos mercados
interno e externo. E, além disso, possam ter acesso a financiamentos de
bancos oficiais para aumentar a produção.
O trabalho piloto foi desenvolvido pela Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). Na quarta-feira, o
protocolo de intenções entre Unijuí, Secretaria Estadual do Meio
Ambiente e Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca foi assinado em
Ajuricaba.
Chamado de licenciamento integrado, o trabalho tornará mais ágil o
processo de liberação ambiental dos piscicultores. Não é necessário que
cada produtor solicite sua licença à Fundação Estadual de Proteção
Ambiental (Fepam). Com a assistência da Unijuí, as cooperativas e
associações de produtores auxiliarão os produtores a realizar as
adequações ambientais nas propriedades onde os açudes já estão
formados.
- Este trabalho na região noroeste é o primeiro de licença integrada na
produção de peixes. Seguramente, é um modelo que pode ser utilizado em
todo o Estado. Talvez até no país, pois não se tem notícia de que
exista o licenciamento integrado no resto do Brasil - disse o diretor
presidente da Fepam, Antenor Ferrari.
A intenção da Secretaria do Meio Ambiente é, a partir de agora, buscar
a regularização de todos os produtores de peixes no Estado. O trabalho
feito com a Cooperativa de Piscicultores Rurais de Ajuricaba e Nova
Ramada (Coprana), que tem 32 integrantes, servirá de exemplo.
No total, os dois municípios têm 480 piscicultores, com produção de 900
toneladas por ano, principalmente de carpa, pacú e jundiá.
Associado da Coprana no interior de Ajuricaba, Sidnei Montagner, 45
anos, tem 10 hectares com açudes. Em sua propriedade, áreas de mata
nativa ampliadas e maior controle da qualidade da água dos açudes foram
algumas alterações na busca pela regularização.
- Com a licença ambiental, ganha tanto a natureza como o produtor -
destacou Montagner.
O programa
> Ajudar os piscicultores a produzir os peixes dentro das normas de
legislação ambiental
> Orientar os produtores em grupo, evitando que tenham de recorrer à
Fepam individualmente
> O trabalho será desenvolvido com os açudes já existentes. Os novos
terão ainda de passar pela avaliação e aprovação da Fepam
(Por Pietro Rubin,
Zero
Hora, 29/12/2006)