Ironicamente, a tecnologia, vilã da devastação do ambiente, é a mais
eficaz arma na luta contra o aquecimento do planeta. Máquinas
não-poluentes, combustíveis limpos e aproveitamento do potencial do
sol, do vento e da água da chuva são imprescindíveis para recuperar o
ecossistema.
Cidades como Vancouver, no Canadá, Sydney, na Austrália, e Boston, nos
Estados Unidos, há algum tempo já perceberam a importância de
harmonizar as regiões urbanas e o ambiente para melhorar a qualidade de
vida da população. No Brasil, as capitais Curitiba, Rio de Janeiro e
São Paulo tentam se adaptar aos novos tempos. Nas três metrópoles, a
instalação de cisternas para captação e reutilização da água da chuva é
obrigatória para as novas construções. E Porto Alegre?
- A maior dificuldade para colocarmos em prática as construções
sustentáveis é que o mercado ainda não se adaptou para essa tendência -
afirma o secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch.
Em 2006, uma parceria entre uma imobiliária porto-alegrense e o Núcleo
Tecnológico de Energia e Meio Ambiente (Nutema) da Pontifícia
Universidade Católica (PUCRS) exemplificou o uso de energias
alternativas pela iniciativa privada. O departamento de tecnologia da
universidade mediu a força do vento na região do novo prédio comercial
da administradora de condomínios e deu consultoria para a compra de um
gerador de energia eólica. Com o investimento, a empresa pretende
economizar até 10% de energia no edifício.
Outras medidas como o maior aproveitamento da ventilação e iluminação
naturais em empresas e residências podem auxiliar na diminuição das
despesas com energia elétrica e na preservação do ambiente.
(
Zero
Hora, 28/12/2006)