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2006-12-29
Dois cientistas americanos apresentaram um novo sistema que, garantem, pode melhorar a confiabilidade das previsões dos terremotos a longo prazo. Os cientistas Paul Seagall e Kaj Johnson apresentaram na conferência anual da American Geophysical Union de San Francisco (Califórnia/EUA), um método que combina os antecedentes geológicos e a localização por GPS (Sistema de Posicionamento Global) para prever riscos de terremoto.

"É o modelo mais realista até agora", disse Kaj Johnson, geofísico da Universidade de Indiana. "É o futuro", acrescentou. A determinação do risco de que ocorra um terremoto requer fixar de forma confiável o ritmo do deslizamento de uma falha. Antes do aparecimento da tecnologia GPS, os cientistas se baseavam unicamente na paleosismologia, um método complexo que consiste em cavar trincheiras ao longo das falhas e estabelecer cartografias dos tremores de terra de milhares de anos atrás.

Agora, os movimentos da Terra são medidos quase milimetricamente com antenas GPS fixadas na rocha. "As pessoas dizem: 'comparemos o ritmo de deslocamento determinado de uma falha com o GPS com o dos estudos geológicos', mas se medem partes diferentes da mesma coisa com instrumentos diferentes, as discordâncias são muito importantes", disse Paul Segall, geofísico da Universidade de Stanford.

O modelo de Segall e Johnson reúne todos os dados disponíveis sobre a forma como uma falha evolui e leva em conta as variações no ritmo de seu deslocamento. O fator tempo é importante porque o GPS não mede os movimentos de uma falha, mas apenas a velocidade dos movimentos na superfície da Terra. Os cientistas podem, assim, inserir os dados de GPS nos modelos matemáticos para estimar o ritmo de deslizamento de uma falha. "As estimativas dependem de onde nos encontramos no ciclo do tremor de terra", explicou Segall. "Se o modelo não levar isto em conta, teremos um ritmo de deslizamento diferente".

Com o novo sistema, os pesquisadores determinaram que o ritmo de deslizamento da falha de San Andreas, na baía de San Francisco, era relativamente coerente com o estimado com a ajuda dos dados de GPS e dos registros geológicos. Mas em outras regiões tectônicas ativas da China e de Taiwan há grandes disparidades entre os dados. Johnson destacou que esta nova metodologia permitia previsões a curto prazo. "Mas este tipo de enfoque é muito útil para as previsões dos riscos a longo prazo", assegurou.

Na quinta-feira (28), milhões de pessoas no sudeste asiático, uma região de tecnologia de ponta, continuavam sem poder se conectar à Internet devido ao intenso terremoto de terça-feira (26) em frente à costa de Taiwan, que danificou os cabos submarinos de transmissão de dados. O tremor, que desencadeou um alerta breve de tsunami, fez evocar em um primeiro momento a onda gigante que, em dezembro de 2004, deixou 220 mil mortos no Oceano Índico. O terremoto da terça-feira, o mais potente registrado em Taiwan em um ano (7,1 na escala Richter), também foi sentido em Hong Kong.
(AFP, 29/12/2006)
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