Alagamentos aumentam casos de leptospirose em Pelotas
2006-12-28
Pelotas está em alerta contra a leptospirose. A doença, transmitida pela urina de ratos,
costuma aumentar no fim do ano, quando começa o período de chuvas, uma vez que as pessoas
entram em contato com a água contaminada. Diante dos dois alagamentos registrados nesse
mês, o primeiro na noite do dia 16 e o segundo no dia 24, cresce a preocupação.
Em 2005 foram registrados 98 casos de suspeita de leptospirose no município. Destes, cinco
se confirmaram - uma pessoa chegou a morrer. Apenas no primeiro semestre de 2006 já foram
apontadas 55 pessoas com possível infecção; cinco contraíram de fato a doença.
“Em Pelotas a doença é classificada como endêmica, ou seja, existe sempre, o que reforça a
necessidade de um trabalho efetivo na área preventiva”, explicou a coordenadora da
vigilância epidemiológia da cidade, Maria Regina Reis Gomes.
Vilão
A leptospirose é a doença que mais preocupa na temporada de chuvas. No escoamento, a água
passa por tubulações de esgoto, canaletes, becos, carrega lixo e entulhos. Enfim, passa
pelo habitat dos ratos. Quando essa água se mistura com a urina dos roedores, que pode
conter o agente causador da doença, o risco é grande.
A enfermidade é causada pela bactéria Leptospira, que provoca inicialmente febre, dor de
cabeça e dores pelo corpo. Posteriormente, prejudica algumas funções dos órgãos vitais,
como fígado e rins, o que ocasiona sangramentos e amarela a pele. O tratamento é realizado
com medicamentos, conforme o grau da doença.
Pessoas que apresentarem alguns dos sintomas devem procurar atendimento nas Unidades
Básicas de Saúde do município para consulta e eventual tratamento. Na maioria dos casos a
doença é tratada ainda nos sintomas iniciais: febre, dor de cabeça e dores pelo corpo. Em
caso de demora na identificação, a leptospirose pode levar à morte. O importante é evitar
o contato com a água das chuvas e possivelmente contaminadas.
Números
No Brasil foram cerca de 3.102 notificações. Mais de 260 pessoas morreram este ano vítimas
da doença. Até o início de dezembro, no Rio Grande do Sul, o número passou de 410
ocorrências e de 22 óbitos, o que torna o estado gaúcho o segundo maior com incidência de
leptospirose ao lado Rio de Janeiro e atrás apenas de São Paulo. (Por André Dala Possa,
Diário Popular, 28/12/2006)
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