Mutirão retira lixo de manguezal em Florianópolis
2006-12-28
Um grupo de ambientalistas da Cachoeira do Bom Jesus, no Norte da Ilha de Santa Catarina, aproveitou o aumento no fluxo de turistas por causa das festas de fim de ano para fazer um trabalho de educação ambiental na tarde de ontem. Além de coletar o lixo jogado na praia e no manguezal da região em um mutirão de limpeza, dez voluntários da Associação de Amigos do Manguezal da Cachoeira do Bom Jesus e Ponta das Canas (Amangue) distribuíram sacolas plásticas e material informativo sobre o meio ambiente para os veranistas. "Escolhemos essa data porque é agora que o turista está chegando. Queremos que eles sejam nossos aliados na luta por uma melhor qualidade de vida", diz a presidente da Amangue, Maria Isabel Prates Carpeggiani.
Esta foi a primeira vez que a entidade fez um trabalho com turistas. Os mutirões de limpeza na praia e no mangue, porém, são realizados de duas a três vezes por ano. Em julho, o trabalho foi feito com o auxílio de alunos da Escola Estadual Básica Intendente Aricomedes da Silva, da Cachoeira do Bom Jesus. Naquela oportunidade, o total de material recolhido foi suficiente para encher quatro sacos plásticos com capacidade para cem litros.
Segundo a presidente da Amangue, são recolhidos principalmente sacolas e garrafas plásticas. Mas também é possível encontrar camisinhas e absorventes higiênicos femininos jogados na praia e no manguezal. "Queremos incentivar as pessoas a trazer sacos plásticos para guardar seu lixo enquanto estiverem na praia", explica Maria Isabel. Ela ressalta que não são apenas os turistas que poluem a região. "Tem sujeira o ano todo", conta.
O trabalho dos voluntários também incluiu a entrega de um folder com informações sobre esgoto doméstico e a importância do manguezal, além um manifesto acerca da segurança pública. "Somos uma entidade preocupada com questões sócio-ambientais", diz a presidente da Amangue.
A dona-de-casa Neide Mattos, de Chapecó, está passando férias na Cachoeira do Bom Jesus desde sábado e aprova a iniciativa. Ela diz que não sabia da existência de um manguezal na região. "Meu filho participava de campanhas ambientais na escola e sempre tivemos essa preocupação lá em casa", garante.
O trabalho dos voluntários da Amangue durou cerca de uma hora e meia. A presidente da entidade destaca que todos os envolvidos trabalham, mas deixaram suas atividades por uma tarde para se dedicar à proteção do meio ambiente. "A gente quer qualidade de vida, mas sabemos que não adianta só esperar pelo vizinho. Por isso, vamos à luta", diz.
(Por Felipe Silva, A Notícia - SC, 28/12/2006)
http://an.uol.com.br/ancapital/2006/dez/28/1ger.jsp