Um equipamento portátil e de baixo custo que utiliza a luz solar para gerar eletricidade em locais isolados foi um dos destaques da 19ª edição da ExpoMecPlena, exposição dos projetos de formatura do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI), no dia 14 de dezembro, em São Bernardo do Campo.
Batizado de TermoSolar, o gerador é formado por um sistema mecânico ligado a dois eixos de movimentação independentes, em que coletores solares instalados em uma placa de formato parabólico rastreiam o céu em busca do Sol. Um sistema eletrônico comandado por sensores acompanha as diferenças de luminosidade, fazendo com que o foco do coletor fique sempre apontado para a região com mais intensidade de luz.
“A grande vantagem do conceito é o aproveitamento integral da energia solar. Por acompanhar a movimentação do Sol durante todo o dia, o aparelho sempre absorve a insolação direta, reduzindo o desperdício de energia”, disse Felipe Volles, um dos autores do projeto, que também contou com a participação dos formandos Felippe Martins e Eduardo Welzl.
Como a captação de energia muda de acordo com a intensidade da luz solar, os estudantes fizeram uma estimativa anual das radiações solares na cidade de São Bernardo do Campo (SP), com base em mapas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para calcular a capacidade do protótipo.
“A energia gerada pelo TermoSolar em sua capacidade total é capaz de manter ligada uma lâmpada de 25 Watts por 18 horas, um televisor de 14 polegadas por seis horas ou um microcomputador por duas horas”, disse Volles. Ele reconhece que a capacidade do equipamento ainda é pequena, mas que pode ser aumentada por meio de uma adaptação industrial.
Segundo Volles, todos os dispositivos utilizados no protótipo foram desenvolvidos na FEI, com exceção dos sensores que comandam a movimentação do coletor e da bateria automotiva, que foi acoplada ao gerador e permite o armazenamento da energia captada para uso noturno.
Entre as aplicações possíveis do gerador, que pesa apenas 20 quilos, está o fornecimento de energia elétrica para abastecer centros de coleta de dados em locais isolados, expedições científicas em florestas, montanhas, desertos e em alto mar. De acordo com as estimativas feitas pelos autores, o TermoSolar custaria cerca de R$ 1,2 mil se fosse produzido em larga escala.
(Por Thiago Romero,
Agência Fapesp, 27/12/2006)