Solução para a agonia do Rio dos Sinos passa pela ajuda do Governo Federal
2006-12-27
A solução para a agonia do Rio dos Sinos passa pela ajuda do Governo Federal”, foi o que
afirmou sábado (23/12) o secretário de Saneamento e Obras Públicas do Rio Grande do Sul,
Waldir Schmidt. Ao avaliar a situação ambiental do rio que banha a região metropolitana de
Porto Alegre, ele disse que para resolver o problema é necessário investimento de R$ 1,8
bilhão em saneamento na principal bacia hidrográfica da região.
“A poluição da água - que já matou quase 100 toneladas de peixes nos últimos dois meses -
tem solução, mas precisa de um grande investimento, principalmente na construção de um
sistema de coleta e tratamento de esgotos domésticos”, disse o secretário.
Segundo ele, a maioria das cidades situadas às margens do Sinos não dispõem ou têm
percentual muito pequeno de investimento na área. Waldir Schmidt, que já foi prefeito de
São Leopoldo, citou a cidade - que depende diretamente das águas do rio - com exemplo
dessa falta:
“Apenas 20% dos quase 210 mil habitantes do município têm sistema de coleta e tratamento.
Se nós dependermos de ficar esperando que cada município construa esse sistema, nunca
vamos ter a solução do problema porque todos sabem que as prefeituras estão exauridas; não
têm recursos para suas despesas de custeio, quanto mais para fazer investimentos. É por
isso que não tenho dúvida alguma de que vamos precisar muito da ajuda do Governo Federal”,
ressaltou o dirigente.
Reunião proveitosa
A secretária executiva do Conselho de Saneamento do Rio Grande do Sul, Mariângela Correa
Laydner, afirmou que a reunião - que debateu a gravidade da situação, quinta-feira, na
capital gaúcha - “foi uma das mais proveitosas”.
“Todas as ações necessárias para resolver o problema foram arroladas e o Ministério das
Cidades e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) manifestaram interesse de colaborar com
recursos financeiros que podem ser disponibilizados”, afirmou Mariângela.
Ela destacou a garantia de recursos, de R$ 200 milhões, no Orçamento da União, para ações
emergenciais no tratamento de esgoto em toda a região que descarrega na Bacia Hidrográfica
do Sinos. Lembrou a criação de uma agência reguladora para as questões hidrográficas -
prevista há mais de dez anos por lei estadual - e disse que “é o momento para que ela saia
do papel”, além de destacar a questão do esgoto misto.
“O Estado do Rio Grande do Sul não reconhece o problema do esgoto sanitário como solução
para as questões ambientais”, afirmou a secretária.
Entre as ações emergências, Mariângela ressaltou a criação da Rede de Monitoramento do Rio
dos Sinos para que o problema seja visto com antecedência e não quando os peixes
aparecerem mortos.
(Diário Popular, 24/12/2006)
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