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2006-12-26
Produtores americanos, há uma década, realizavam uma colheita que se tornaria o marco de uma revolução na agricultura mundial. O advento das sementes de soja geneticamente modificadas, cercado de dúvidas e de críticas de grupos ambientais, resistiu e se consolidou a ponto de ser considerado por especialistas como um processo irreversível. Da primeira safra colhida em 1996 até os dias de hoje, os transgênicos ganharam em tecnologia e hoje ocupam cerca de 90 milhões de hectares no mundo.

No Brasil, os registros apontam o Rio Grande do Sul como o pioneiro na utilização das sementes de soja transgênica. Como a liberação oficial para plantio e comercialização só viria com a Lei de Biossegurança, no ano passado, as safras entre 1998 e 2004 se valeram de grãos ilegais vindos da Argentina, apelidados de "maradoninhas", embora a Embrapa já realizasse estudos desde a primeira colheita americana. Mais de 90% da área semeada no Rio Grande do Sul, estimada em 3,86 milhões de hectares pela Emater, é ocupada pelos transgênicos.

Para o pesquisador da Embrapa Soja de Londrina (PR), Carlos Alberto Arrabal Arias, a demora brasileira na regulamentação dos transgênicos propiciou que as sementes ilegais, que não seguiam os padrões de qualidade necessários, se propagassem, prejudicando o comércio legal. Segundo Arias, na safra 1998/1999, 60% das sementes no Rio Grande do Sul eram legalizadas, convencionais. Na 2003/2004, esse índice caiu para 10%, apontando a invasão da semente ilegal.

- Sempre cobramos e buscamos mais agilidade na liberação por parte do governo. Agora, com a maior oferta de produtos certificados, a tendência é que esse comércio se recupere - analisa Arias.

O principal benefício da soja transgênica é permitir um controle mais eficiente das ervas daninhas na lavoura e, com isso, diminuir as perdas e, conseqüentemente, aumentar a produtividade média da lavoura. Resistentes ao glifosato, as variedades exigem menor investimento em herbicidas. Fazendo uma média, numa lavoura com sementes convencionais, são gastos de R$ 85 a R$ 110 por hectare no controle dessas ervas. Numa plantação com sementes geneticamente modificadas, o investimento fica entre R$ 33 e R$ 37, aponta a Embrapa Soja.

A facilidade para o produtor ter a lavoura limpa também é muito maior, como atesta Antônio Carlos Rodrigues da Costa, 52 anos, que utiliza soja modificada nos 30 hectares de sua propriedade, localizada no interior de Coxilha, no norte do Estado. O agricultor mudou para a soja transgênica em 1999 e acredita que a produtividade de sua lavoura aumentou em cerca de 20%.

- Os transgênicos vieram para solucionar antigos problemas - diz Costa.

A novidade que promete tomar conta das lavouras brasileiras é o milho geneticamente modificado. Depois de um ano de muita polêmica (a decisão foi parar na Justiça), a liberação deve ser votada no primeiro semestre de 2007 no plenário da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). De acordo com Jairon Alcir Santos do Nascimento, secretário executivo do órgão, a tendência é que seja aprovado. Com a obrigatoriedade de realização de audiências públicas recém-determinada pela Justiça, porém, tudo indica que 2007 marcará um novo round no caso.

Um dos produtos que está na porta de saída da CTNBio é o milho tolerante ao glufosinato de amônio da Bayer CropScience, cuja semente deverá estar no mercado dois anos após a aprovação. O outro milho transgênico no topo da fila da comissão é o resistente a insetos da ordem lepidoptera, da Monsanto.

- O Brasil tem que lançar mão de novas técnicas agrícolas para ser competitivo no mercado mundial - avalia Nascimento.
(Por Cleber Bortoncello, Zero Hora, 21/12/2006)

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