Pouca chuva pode afetar arroz e milho
A previsão de chuvas abaixo do normal no mês de janeiro pode afetar uma pequena parte
das lavouras de milho, especialmente os campos cultivados com o cereal em outubro, e a
de arroz. O alerta foi dado quinta-feira (21/12) em reunião do Conselho Permanente de Agrometeorologia
do Estado.
Para fevereiro e março, a tendência é de chuvas dentro do normal. Em janeiro, a Metade
Sul deve ser a mais afetada com a falta de precipitações. Como a região tem uma grande
concentração de arroz, a recomendação dos técnicos é que os arrozeiros tenham cuidado
para não esgotar seus reservatórios.
- É preciso fazer o uso mais cuidadoso e racional possível da água. O produtor que ia
deixar uma lâmina de água de 12 centímetros na lavoura terá, quem sabe, que deixar uma
de 10 centímetros para poupar - exemplifica José Inácio Silva, coordenador do programa
de seguro agrícola do Estado e membro do Conselho de Agrometeorologia.
No caso do milho, as perdas devem se concentrar em lavouras nas quais o desenvolvimento
da planta estiver em seu momento crítico - fases de floração e enchimento de grãos -
durante o mês de janeiro. A maior parte da área plantada com o cereal, no entanto, está
livre da ameaça, uma vez que deve completar o desenvolvimento antes da queda nas chuvas.
Além disso, a área de milho concentra-se na metade norte, onde a escassez de chuvas deve
ser menos sentida.
Com relação à soja, os prognósticos meteorológicos não apontam riscos até agora. Embora
os técnicos afirmem ser muito cedo para uma previsão mais precisa, a tendência é de que
a safra seja normal.
- Os meses mais relacionados com efeitos na soja são fevereiro e março, época de
floração e enchimento de grãos, quando as chuvas devem ser normais - diz Ronaldo
Matzenauer, agrônomo do Centro de Meteorologia Aplicada da Fundação Estadual de Pesquisa
Agropecuária.
(Zero Hora, 22/12/2006)