Estado do Amazonas cria 26 UCs ao custo de R$ 3,715 bi
2006-12-26
Recursos de doação superiores a R$ 3.715 bilhões foram utilizados em ações de gestão e implementação, nas 26 UCs (Unidades de Conservação) no Amazonas. Com a criação de 9,5 milhões de hectares, o aumento na área estadual protegida foi de 128%, em 21 novas unidades, nos últimos doze meses.
Os dados são do relatório de gestão 2003-2006 da SDS (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável). “As unidades criadas pelo Estado não só contribuíram para reduzir o desmatamento como também foram feitas com ampla discussão junto às comunidades locais, evitando problemas observados no passado”, informou o titular da secretaria, Virgílio Maurício Viana.
A importância da manutenção florestal é imensurável, não há dúvidas. Mas, de acordo com o superintendente da CPRM/AM (Serviço Geológico do Brasil no Amazonas), Daniel Nava, a criação das UCs tem que ser precedidas de estudo, onde há a visualização das potencialidades econômicas, como é o caso da mineração.
“Existem algumas áreas na unidade de conservação em cima de reservas minerárias”, assinalou Nava, exemplificando o caso da região sul do Estado, onde há uma reserva de calcário na floresta, na região com status de UC.
O superintendente assinalou sempre ‘bater nesta tecla’, devido a dificuldades encontradas anteriormente com o estabelecimento das Unidades de Conservação, em áreas de potencial econômico mineral.
“O mosaico do sul do Amazonas apresentou a existência de áreas de calcário, localizadas na região do Rio Sucuruí”, disse Nava. O local é uma UC, homologada este ano. “Apesar do mineral ter ficado nas áreas de floresta, há a dificuldade da exploração da rocha devido a presença de parques, no entorno da UC”, acrescentou.
Deste modo, ao querer abrir uma estrada, haverá restrições, diminuindo a possibilidade de criação de auxílio na logística, pois a área esta localizada na divisa entre o Amazonas e Rondônia, na BR-319.
A Codelco (Corporación Nacional del Cobre), empresa chilena e maior produtor de cobre do mundo, realizava pesquisas na região, desde junho do ano corrente, mas a companhia teve que retirar seus investimentos por conta da nova unidade de conservação. “Existia uma possibilidade muito grande na área, onde a organização estava procura metais, o que viabilizaria a produção de calcário e cobre”, afirmou o superintendente. “Na época, a Codelco relatou em documento a invibialização da pesquisa nas áreas, por conta da criação do parque”, completou Nava.
(Por Juçara Menezes, Jornal do Commercio, 22/12/2006)
http://www.jcam.com.br