Em artigo, o Mestre em Economia pela FEA-USP, economista-chefe e estrategista do ABN AMRO, Hugo Penteado analisa que a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico sustentável serão alcançados quando os desastres ambientais alcançarem proporções suficientes para tirar a questão ambiental do abstrato e trazê-la para o concreto. Por enquanto a questão ambiental, embora seja tratada por homens e cientistas sérios e mesmo que já seja produzido repercussões notórias em acidentes na China, na Austrália, nos Estados Unidos, no Brasil e em vários outros lugares do mundo, continua sendo desprezada por quase todos os habitantes do planeta. Agride-se o meio ambiente com materiais plásticos e químicos, inventados nos últimos anos, sem que ninguém, tenha a menor noção de qual vai ser o seu real impacto ambiental e qual vai ser o seu prazo exato de biodegradação. Impressiona o descaso geral, ainda hoje, com a questão ambiental. No Brasil, por exemplo, a construção de usinas termelétricas está esbarrando na dificuldade de se encontrar água suficiente nas regiões Centro-oeste, Nordeste e Sudeste. A falta de água coloca as prefeituras no seguinte dilema: ou permitem a construção das usinas ou deixam de abastecer as populações e a agricultura com irrigação. A ocupação urbana desordenada e desregrada, o desrespeito à legislação ambiental e a falta de planejamento são agravantes de uma situação que, se tomarmos as decisões corretas hoje, levará décadas para mostrar sinais de melhora. (GM/A3)