Estado conclui zoneamento da silvicultura
2006-12-21
O zoneamento ambiental da silvicultura, desenvolvido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Secretaria do Meio Ambiente (Sema), com apoio da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor) foi apresentado ao público e ao governador Germano Rigotto na tarde de ontem (20/12), no Palácio Piratini. O trabalho identifica as potencialidades e as fragilidades das paisagens naturais do Rio Grande do Sul.
No estudo, o Litoral e a região da Campanha apresentaram mais fragilidades do que, por exemplo, a região Central e a dos Campos de Cima da Serra. O zoneamento ambiental dividiu o Rio Grande do Sul em 45 unidades de paisagem, baseado nas formas de relevo e na flora característica natural do Estado.
Foram inseridos dados sobre uso atual da terra, reflorestamentos (inventário contínuo e informações das grandes empresas), unidades de conservação, áreas potenciais para conservação da biodiversidade, espécies ameaçadas, raras e endêmicas da fauna e flora, sítios paleontológicos, arqueológicos, histórico-culturais, rotas turísticas, hidrologia. Também constam do zoneamento ambiental da silvicultura dados sobre déficit hídrico, flora ameaçada e sítios arqueológicos e paleontológicos.
O trabalho deverá nortear os licenciamentos ambientais da atividade no Estado, conforme Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 12 de maio deste ano entre a Fepam e Ministério Público Estadual (MPE). O zoneamento ambiental da silvicultura também servirá para o planejamento de ações voltadas a preservação, conservação e manejo dos bens naturais do Estado.
O coordenador do trabalho de zoneamento ambiental da silvicultura, Jackson Müller, admite que o documento entregue ontem é uma versão inacabada. O texto ainda será submetido ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) para receber contribuições até o dia 27 de dezembro. A idéia é de que o Consema, com base no documento, realize uma normativa que servirá como um plano diretor para o florestamento do Estado. "Agora há uma base de informação qualificada que irá direcionar e condicionar os plantios daqui em diante", destaca Müller. O zoneamento deve subsidiar a liberação das licenças ambientais a partir de meados de 2007. Conforme Müller, a estimativa do setor florestal é plantar no Estado, em dez anos, cerca de 300 mil hectares, além dos 500 mil hectares que se estima já plantados.
De acordo com o governador Rigotto, o zoneamento é fundamental para o avanço da silvicultura no Estado, sempre levando em conta os cuidados com o meio ambiente.
(Jornal do Comércio, 21/12/2006)
http://jcrs.uol.com.br/