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2006-12-20
As regiões da Depressão Central e da Metade Sul estão entre os locais mais favoráveis ao plantio de florestas no Estado, aponta estudo de zoneamento ambiental elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A pesquisa, divulgada hoje (20/12) pelo governo, mostra ainda que em parte do Litoral Norte essa atividade prejudicaria a natureza.

O zoneamento representa o primeiro passo na formatação de uma política florestal no Rio Grande do Sul. O trabalho mostrará a sensibilidade de cada área do mapa gaúcho, que foi dividido em 45 unidades, ao plantio de florestas, levando em consideração aspectos como solo, hidrografia e fauna e flora local.

- Não é um estudo conclusivo, traz apenas diretrizes, e ainda será discutido e aprofundado - explica Sílvia Pagel, engenheira florestal da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

Especialista diz que é preciso estabelecer limite
O presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Roque Justen, entidade que congrega 57 empresas do setor, acredita que somente estudos mais aprofundados realizados em cada município serão capazes de determinar com exatidão as áreas aptas.

A expectativa dos fabricantes de celulose que estão investindo no Estado - Votorantim Celulose e Papel (VCP), Stora Enso e Aracruz - é de que o estudo sirva como informação para a compra de terras destinadas ao plantio de eucaliptos.

No entanto, o gerente de meio ambiente da VCP, Fausto Camargo, diz que o documento, por não ser ainda conclusivo, não endossará a compra de novas propriedades. Mais do que os locais adequados, a discussão da implantação de florestas no Estado deve ser norteada pelos métodos de plantio e manejo, defende o professor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria Mauro Schumacher.

- O zoneamento mostrará que procedimentos devem ser tomados em cada área - explica.

Se obedecidas as instruções corretas em relação ao espaçamento e o cuidado para evitar concentração de árvores num mesmo local, o florestamento não representa ameaça ao ecossistema e será uma opção de renda ao produtor, avalia Schumacher.

A presidente da Fundação Gaia, Lara Lutzenberge, endossa:

- O problema não é o florestamento em si, mas a dimensão que ele toma. É preciso estabelecer limites.

Para seu filho ler
Três grandes empresas estão comprando terras para plantar eucaliptos no Estado e usar essas árvores na produção de celulose e papel. Mas nem todos os lugares são apropriados para o plantio porque podem prejudicar a natureza. Por isso, o governo estadual fez um mapa mostrando onde se pode ou não pode plantar eucalipto sem danos a animais e outras plantas.
( Zero Hora, 20/12/2006)

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