Uma cena que, em outubro, marcou pescadores da localidade do Pesqueiro, em Sapucaia do
Sul, voltou a se repetir.
Uma retroescavadeira foi utilizada para a retirada de cerca de sete toneladas de peixes
mortos do Rio dos Sinos, em um trabalho que durou quase três horas. A estimativa é de que
15 toneladas de peixes tenham morrido no último final de semana, mas parte deles sofreu
rápido processo de decomposição ocasionado, principalmente, pela temperatura da água no
domingo (17/12) - 34ºC a três metros de profundidade.
Técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), do Batalhão Ambiental da
Brigada Militar e da Defesa Civil trabalham para identificar as causas da nova mortandade,
que ocorreu dois meses depois do maior desastre ambiental registrado no Sinos, quando houve a perda de 86,2 toneladas de peixes. Entre as possibilidades investigadas, está o lançamento clandestino de efluentes industriais no Arroio Portão, afluente do rio.
Fepam voltou a injetar oxigênio
No desastre registrado em outubro, a empresa Utresa, de Estância Velha, que está sob
intervenção, foi apontada como a principal responsável pela morte dos animais.
– Agora, não há nenhum lançamento de resíduos nos arroios Portão e Cascalho, partindo da
Utresa – garante um dos gestores nomeados pela Justiça e diretor técnico licenciado da
Fepam, Jackson Müller.
Ontem (19/12), o teor de oxigênio chegou a 0,2 miligrama por litro de água em pontos do rio,
quando o ideal é cinco miligramas por litro. A vazão, que há duas semanas era de cem
metros cúbicos por segundo, caiu para nove. As condições fizeram com que a Fepam religasse a
linha de injeção de oxigênio puro, que levará o produto ao fundo do rio.
(Por Carla Dutra,
Zero Hora, 20/12/2006)