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2006-12-20
Companhias aéreas podem lucrar bilhões de libras se as emissões dos aviões forem incluídas no esquema europeu de comércio de emissões (EU ETS), segundo relatórios apresentados pelo Instituto de Pesquisa para Políticas Públicas (IPPR da sigla em inglês) e a Organização Não-Governamental WWF (World Wildlife Fund).

As instituições estimam que as companhias aéreas podem lucrar de £2.7 a £3.5 bilhões, além de se beneficiarem ao repassar o custo das emissões aos consumidores. A decisão de incluir ou não o setor de aviação no comércio de emissões será tomada na quarta-feira pela União Européia.

O mercado de carbono da União Européia é a principal ferramenta do bloco para mitigar as mudanças climáticas e estabelece às indústrias cotas de emissão de gases do efeito estufa, permitindo que as companhias negociem os direitos de emissão para se manter dentro desta cota. Até agora, o EU ETS se aplica somente a grandes poluidores como usinas de energia, abrangendo 40% das emissões do bloco. O esquema europeu é maior esquema deste tipo e único com metas obrigatórias.

Apesar de o setor de aviação não estar incluído no esquema, observadores dizem que este setor deve receber permissões para emitir gases do efeito estufa, ao invés de ter que clamar por elas em um leilão. O maior medo é que as companhias tentem transferir o custo teoricamente “verde” para os consumidores, aumentando o preço das passagens, dizem os dois relatórios.

Limites robustos
“A inclusão da aviação no EU ETS é um passo na direção correta, mas a União Européia não deve repetir o erro cometido com o setor energético e fornecer à aviação créditos de emissão livres, entregando para eles lucros de até £2.7 bilhões,” alegou o IPPR.

A WWF concordou, dizendo que “um limite robusto deve ser estabelecido sobre as emissões e deve ser exigido das companhias aéreas que paguem pelas suas permissões em leilão ou o sistema não terá credibilidade.” Vôos domésticos devem ser cobertos pelo ETS, mas os vôos longos ao exterior não.

A decisão de quarta-feira deve ser tomada após a EU estabelecer limites mais rígidos para a segunda fase do esquema em 2008-2012. O ETS, que tem como objetivo reduzir emissões em 8% abaixo do nível de 1990, tem sido criticado por não ser rígido o suficiente sobre o nível das permissões de carbono em sua primeira fase.
(Traduzido por Fernanda Muller, CarbonoBrasil, Fonte: BBC, 19/12/2006)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=16736&iTipo=7&idioma=1

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