Comissário europeu para o Comércio vai pedir à OMC que acabe com as taxas sobre as renováveis
2006-12-20
A Europa pode liderar o combate às alterações climáticas convencendo os seus parceiros da Organização Mundial do Comércio (OMC) a eliminarem as taxas sobre energias renováveis, propôs hoje o comissário europeu para o Comércio, o britânico Peter Mandelson.
“Deveria ser possível chegar a acordo sobre uma taxa de zero por cento sobre estes bens essenciais”, disse Mandelson, depois de ter criticado a ideia francesa de criar uma taxa às importações de países que se recusem a cumprir o Protocolo de Quioto. “Além do ambicioso acordo para cortar as taxas a bens industriais no Ciclo de Doha, os membros da OMC deveriam dar mais um passo em áreas essenciais como a geração de energia limpa”.
Para Mandelson, a Europa terá muito a ganhar se se adiantar na área das tecnologias e serviços de combate às alterações climáticas. Já existem empresas europeias a exportar parques eólicos e painéis solares para a China, exemplificou. Num podcast acessível no site da Comissão Europeia sobre o Comércio, Mandelson lembra que outros países também podem ganhar, como a China que vende geradores de electricidade movidos a energia do vento para o continente africano.
O comissário adiantou que todos os acordos bilaterais da União Europeia, - que estão a ser preparados com a Índia, América do Sul e Central e com a Associação das Nações do Sudeste Asiático -, vão tentar eliminar os obstáculos ao investimento e comércio “amigo do Ambiente”. Quioto encerra um “imperativo” de criar um mercado aberto de bens e serviços “verdes”. “Quero utilizar os nossos acordos bilaterais para dar novas oportunidades para as empresas que fornecem serviços públicos como a construção sustentável”.
Na quarta-feira, a União Europeia vai sugerir incluir o sector da aviação no seu sistema de comércio de emissões. A organização não governamental internacional WWF já veio dizer, em comunicado, que “obrigar as companhias aéreas a respeitar quotas de emissões de dióxido de carbono poderá valer-lhes lucros na ordem dos 3,5 mil milhões de euros por ano”.
(AFP, 18/12/2006)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5868.asp